Foi grande o movimento em frente ao Paço Municipal de Adamantina na manhã dessa sexta-feira, 29, devido à manifestação dos servidores públicos da Prefeitura.
Com apitos, nariz de palhaço e faixas com mensagens de protesto, os funcionários chamaram atenção de quem passava pelo local.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserv) estima que mais de 100 funcionários aderiram ao protesto que teve início as 7h e foi finalizado por volta das 10h com um “abraço simbólico” em torno da prefeitura.
Esta é a segunda manifestação de servidores públicos municipais que acontece na cidade de Adamantina. A primeira ocorreu em 1993, quando o atual prefeito, Ivo Santos, assumiu pela primeira vez a cadeira do Executivo.
Assim como há 22 anos, a principal reivindicação dos funcionários é o reajuste salarial. O Sindicato pede revisão de 7,7%, mas a Prefeitura já inviabilizou o benefício justificando que o índice da folha de pagamento está alto. Em sua fala aos manifestantes, o presidente do Sindserv, Nivaldo Martins do Nascimento, o Londrina, acredita que isso é uma “desculpa da atual administração”.
Ele questionou que houve superávit no orçamento da Prefeitura referente ao 1º quadrimestre deste ano. Segundo ele, a Prefeitura deveria adotar medidas para reduzir o índice da folha de pagamento a começar por cortar cargos em comissão, principalmente de diretores municipais, além de unificar secretarias.
Outra reivindicação é a anulação de um laudo de insalubridade feito pela Prefeitura que resultou no corte ou redução do benefício a centenas de servidores, como é o caso do pintor Roberto Assis. “Trabalho a 10 anos na prefeitura e antes recebia 40% de insalubridade que era R$ 315 e agora reduziram pra 20%. Esse dinheiro está fazendo muita falta e pegou todo mundo de surpresa”, contou ele.
Para custear o referido laudo, a prefeitura desembolsou R$ 68 mil, segundo Londrina.
O presidente do Sindicato mencionou que houve um acidente de trabalho com a merendeira de uma escola, cargo que também perdeu a insalubridade. “Essa semana uma merendeira se acidentou ao segurar uma panela com água quente. A panela virou e a água escorreu na perna da nossa colega, e entrou no equipamento de segurança que ela usa, que é uma bota de borracha. Imagina o que ela não passou”, disse ele.
Já as agentes Comunitárias de Saúde e agentes de Controle de Vetores perderam 20% que recebiam do benefício. Além disso, a classe luta para receber o piso salarial de R$ 1.014,00 que foi instituído através de lei federal, no entanto, não foi repassado até o momento aos funcionários. Segundo as agentes comunitárias, a categoria recebe apenas um salário mínimo.
Os aposentados estiveram em peso na manifestação. Eles lutam para que a Prefeitura cumpra com a promessa de campanha, que inclusive, foi assinada pelo prefeito de voltar a pagar o ticket alimentação. O servidor aposentado, Vicente Vilarim, de 72 anos, disse que participou da primeira manifestação contra a prefeitura. “Tinha gente passando fome. E agora não está diferente, muita gente está passando necessidade com a perda da insalubridade”, opinou.
“É uma injustiça o que eles estão fazendo com os aposentados”, disse outro servidor que pediu para não ser identificado.
Durante o ato foi entoado várias vezes o Hino Nacional. A ação teve apoio dos vereadores que fizeram uso da palavra para se posicionar favorável a manifestação.
Conforme dados oficiais, a adesão foi de 90% no setor de obras; 100% coleta de lixo; 90% agrícola; 100% usina de reciclagem; na saúde e educação somente alguns funcionários paralisaram as atividades.
O Sindicato informou que esta foi a primeira etapa e que agora deverá acontecer uma reunião com a administração municipal para apresentar as reivindicações.
PREFEITURA – Nenhum representante da administração municipal se posicionou durante o protesto. Em nota, a assessoria de imprensa informou que o secretário de Administração, Paulo Marcos Rodrigues de Souza, diz que o reajuste não pode ser concedido por causa da Lei de Responsabilidade na Gestão Fiscal que estabelece limite máximo de gastos com pessoal de 54% da receita. “Lembra, ainda, que há o índice de limite prudencial que alerta o poder público de que o município se encontra em situação de risco em relação à gestão financeira. Este índice é de 51,3% da receita. O de Adamantina já é de 52,8%. Em um mês houve redução de quase 1% no índice de limite prudencial. Isto foi resultado da adequação do adicional de insalubridade, redução de horas extras e dispensa de funcionários com cargos de comissão”, finaliza a nota.