O nível de emprego na construção brasileira caiu em abril 0,78% em comparação ao mês anterior, com saldo negativo – entre demissões e contratações – de 25,4 mil trabalhadores com carteira assinada. Os dados foram divulgados hoje (28) pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado de São Paulo (SindusCon-SP). Segundo o sindicato, o nível de emprego vem caindo consecutivamente há 14 meses.
No acumulado do ano, o saldo negativo de trabalhadores com carteira assinada na área de construção alcançou 279,6 mil vagas, queda de 7,89% na comparação ao mesmo período do ano passado. Com isso, ao final de abril o número de trabalhadores no setor somou 3,228 milhões, queda de 9,21% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Para José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP, as demissões no setor já eram aguardadas por causa da recessão nos segmentos imobiliário, de infraestrutura e de habitação popular. “E as expectativas não melhoraram após o anúncio dos cortes no orçamento. Ao contrário: reduziram-se ainda mais os investimentos do governo no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e no Minha Casa, Minha Vida, bem como em outros ministérios, o que diminuirá o volume geral de obras e consequentemente provocará novas demissões”.
Em abril, houve queda em todos os segmentos. Nos segmentos imobiliário e de infraestrutura, que empregam 55% das pessoas do setor de construção, por exemplo, a retração foi de 10,49% e 14,31% em comparação a abril do ano passado, respectivamente. Segundo o sindicato, a queda pode ser atribuída ao fim do ciclo da construção imobiliária iniciada em 2010 e aos cortes de investimentos em obras de infraestrutura.
No estado de São Paulo, o nível de emprego em abril apresentou estabilidade em relação a março, com queda de 0,07% e um saldo negativo de 623 trabalhadores. Ao final de abril, o número de trabalhadores do setor totalizava 837,1 milhões.