No dia 27 de abril, o prefeito de São João do Pau D’Alho, Manoel Pereira dos Santos, se reuniu com o procurador da república, Rodrigo Luiz Bernardo Santos, em São José do Rio Preto, para discutir detalhes sobre a Emei Mundo Pequenino, embargada em dezembro do ano passado, no município.
Na reunião ficou decidido que a Prefeitura contratará uma empresa que realizará um projeto estrutural, a fim de sanar os problemas estruturais detectados nas perícias levadas a cabo pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (INC) e pelo setor de engenharia da Quinta Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (5ª CCR).
A Prefeitura se comprometeu encaminhar o projeto à Procuradoria que, por sua vez, submeterá o projeto ao crivo de algum órgão técnico capacitado. A obra de reparo só deverá ser executada após um dos órgãos se manifestarem pela viabilidade do projeto.
O prefeito disse que já começou a receber propostas de empresas que serão escolhidas através de licitação para fazer a análise do prédio. Manoel disse que a Polícia Federal interditou a escola se baseando em laudo de 2010, quando o prédio ainda era construído, e acredita que toda essa polêmica ocorreu por que quase metade da obra foi realizada pela mesma empreiteira responsável pela construção da creche de Monte Castelo, que precisou ser demolida em 2009, após a Justiça constatar que o material utilizado era de baixa qualidade e o prédio corria risco de desabamento.
Manoel explicou que o INC interditou a escola pela primeira vez em 19 de dezembro de 2012, ainda no mandato do ex-prefeito José Dinael Perle, alegando falta de segurança na infraestrutura do prédio.
A creche ficou fechada até agosto de 2014 quando foi liberada pela Procuradoria para o início das atividades. Entretanto, as aulas no amplo e moderno prédio duraram pouco. Em 17 de dezembro daquele mesmo ano, os peritos chegaram e interditaram o local novamente e “reafirmaram que a estrutura oferecia risco de desabamento, por que faltam vigas, entre outros materiais na estrutura”, contou o prefeito.
Apesar dos laudos afirmarem o comprometimento da estrutura física do prédio, as paredes não possuem rachaduras, trincas ou qualquer outro sinal de uma estrutura mal feita. Todas as salas de aulas estão devidamente mobiliadas e o local possui sistema de monitoramento de câmeras. O extenso pátio com paredes coloridas já começa a acumular bastante sujeira e os brinquedos do parque estão cobertos pelo mato, que também atrai insetos e animais peçonhentos.
Os 54 alunos de 0 a 3 anos de idade tiveram que retornar ao antigo prédio, construído há cerca de 25 anos e que não recebeu nenhuma reforma para o retorno. Algumas salas possuem trincos nas paredes e parte da pintura está descascada, uma infraestrutura bastante inferior se comparada ao novo prédio.
O prefeito explicou que não houve tempo suficiente para as obras de melhorias, pois o prédio estava ocupado por um projeto que realiza diversas atividades com jovens da cidade. Ele ainda ressaltou que não esperava que a liberação da Emei fosse demorar e aguardava que a volta para o novo prédio fosse feita rapidamente.
A secretária municipal de Educação, Creusa Maria Berbel Lirio Rondina, informou que o processo de licitação deve ser iniciado ainda este mês. Segundo ela, o procurador pediu urgência devido o local em que as crianças se encontram atualmente. “Estamos na expectativa que tudo dará certo o mais rápido possível e que ainda este ano o problema seja resolvido”, falou.