Depois de denúncias apresentadas por representantes do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) de que há violação dos direitos humanos de comunidades ribeirinhas, de pescadores e de indígenas no processo de construção da Hidrelétrica de Belo Monte, o Ministério Público Federal (MPF), em Altamira (PA), inicia hoje (1º), no sudoeste do Pará, série de visitas a comunidades atingidas direta ou indiretamente pela construção da barragem.

Além do MPF, também participa da inspeção o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), ligado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República.

De hoje até a próxima quarta-feira (3), o MPF e o CNDH verificam como está ocorrendo a remoção compulsória das populações ribeirinhas, como ocorrem os reassentamentos e se a barragem está levando problemas para as comunidades que vivem às margens do Rio Xingu.

Segundo o MAB, mais de três mil famílias cadastradas estão sem possibilidade de optar pelo reassentamento, sendo obrigados a aceitar a reparação financeira. A reportagem da Agência Brasil não conseguiu fazer contato com a assessoria do Consórcio Norte Energia, responsável pela obra, para ouvir as explicações do consórcio.

Integrante do CNDH, a Dhesca Brasil solicitou ao Consórcio Norte Energia autorização para que parte da comitiva possa ter acesso à central de concreto da hidrelétrica, onde no último sábado (30) um silo de concreto  desabou, provocando a morte de três operários e deixando outros três feridos, um ainda internado.

A Dhesca Brasil é uma rede nacional de articulação de organizações da sociedade civil que visa a promover os direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais.