No dia 6 de junho de 2005, o jornal “Folha de S. Paulo” publicou uma entrevista com o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) em que ele revelava a existência de um esquema de pagamento de propina a parlamentares da base aliada do então primeiro governo Lula em troca de apoio político.
Segundo Jefferson, o pagamento de propinas era organizado pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Entre os suspeitos de envolvimento no caso estavam, entre outros, o então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e o então presidente do PT José Genoino. Os dirigentes petistas sempre negaram a existência do mensalão.
Em março de 2006, Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra 40 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema.
As investigações dividiram os integrantes do esquema em núcleos: o político, comandado por Dirceu; o publicitário, comandado pelo publicitário Marcos Valério; e o financeiro, do qual faziam parte banqueiros como a ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello. Após receber as denúncias, o STF instaurou a ação penal 470 em novembro de 2007.
Quase cinco anos depois, em 2012, o julgamento do caso mensalão começa no STF. Dos 40 inicialmente acusados, apenas 37 foram a julgamento. Em outubro de 2012, o STF encerrou o julgamento e condenou 25 dos 37 réus.
Após as defesas apresentarem recursos, o STF manteve a condenação de 24 dos réus — o ex-assessor do PP (Partido Progressista) João Cláudio Genú foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro, pela qual tinha sido condenado a quatro anos de prisão no julgamento de 2012 e se livrou de todas as acusações. A fase de análise dos recursos só foi finalizada em 2014.