Ministros das Finanças da zona euro mostraram-se pouco otimistas quanto à hipótese de um acordo hoje (25) entre a Grécia e o Eurogrupo, a quarta tentativa em pouco mais de uma semana.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, foi ainda mais duro nas declarações aos jornalistas quanto à entrada do país no Eurogrupo. Em Bruxelas, ele disse que depois de alguns avanços feitos as autoridades gregas “fizeram marcha [para] trás” nas propostas apresentadas. Em consequência, credores e Atenas estão “ainda mais longe” de um consenso.

O responsável pelo Tesouro da Áustria, Hans Jorg Schelling, qualificou de “irresponsável” a atitude do governo grego nas negociações com os credores, acusando-o de ter feito “novas exigências”.

O ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir, publicou em uma rede social mensagem com pouca esperança de entendimento: “Honestamente, não sei quais são as hipóteses de haver um acordo hoje”.

Já o ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, afirmou que “persistem as divergências” entre os credores internacionais e Atenas. Ainda assim, disse estar “otimista”, apesar da “situação complexa” atual e de o mês de junho estar no fim sem que Atenas cumpra o prazo de chegar a um acordo e receber dinheiro para pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A Grécia tem até 30 de junho para pagar esta dívida.

Depois da maratona de negociações o governo grego e os credores ao longo da madrugada e a manhã desta quinta-feira foi acertado um conjunto de propostas apresentadas pelos credores que será apreciada pelo Eurogrupo. As reuniões envolveram técnicos e líderes das instituições – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

No entanto, apesar de essa posição incorporar muitos pontos reivindicados por Atenas, o governo grego ainda não concordou com os documentos dos credores e deverá apresentar a sua contraproposta na reunião desta tarde, do Eurogrupo.

Além das divergências relacionadas com impostos, nomeadamente o IVA (Imposto sobre o Consumo) e taxas sobre as empresas, além de cortes nas pensões, Atenas e os credores não se entendem sobre o alívio da dívida. O governo da Grécia, liderado por Alexis Tsipras quer um entendimento sobre algum tipo de reestruturação da dívida pública do país, que representa cerca de 180% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas do país.