Uma criança de dois anos de idade, moradora do Jardim Brasilândia, foi vítima do mosquito palha, transmissor da leishmaniose.
A reportagem do Jornal Regional obteve com exclusividade acesso ao informe de atendimento do Hospital Regional de Presidente Prudente, que mostra detalhadamente o que ocorreu com essa criança, enquanto passou por tratamento no hospital prudentino.
O avô da criança, Antônio Carlos Severo Lins, afirma que após o garoto passar mal, no final do mês passado, foi levado para atendimento médico no PAM (Pronto Atendimento Municipal) local, o médico plantonista atestou que a criança estava com dengue, porque as plaquetas estavam muito baixas. Após quatro dias sem nenhuma melhora, a criança foi levada novamente ao PAM. O pediatra de plantão naquele dia, Antônio Pivetta Fernandes, descobriu que a criança não estava com dengue e, sim com a leishmaniose visceral, comprovado posteriormente através de exames.
Imediatamente a criança foi encaminhada para o Hospital Regional de Presidente Prudente com histórico de febre há sete dias, acompanhado de distensão abdominal. O hospital solicitou exames laboratoriais e testes rápidos para leishmaniose com novamente resultado positivo.
A criança que apresentou no segundo dia de tratamento anemia grave, foi submetida de transfusão de concentrado de hemácias.
Após 12 dias internado, o garoto passa bem e já está em casa. Uma vez por mês, durante um ano, ele terá que retornar ao médico para dar continuidade ao tratamento, pois os médicos afirmam que ainda há possibilidade de recidiva da doença.
O avô frisa que o lugar mais provável para ter adquirido o vírus foi na própria residência do menino ou na creche, lugar em que a criança passa o maior tempo do dia.
Antônio afirma ainda que a mãe da criança não possui nenhum animal em casa.
A preocupação da família foi ainda maior devido à demora por parte da saúde municipal em realizar testes de sangue nos animais nas proximidades da casa do paciente infectado.
A doença foi descoberta no dia 29 de junho, porém somente ontem, 13, é que equipe da zoonose esteve na casa do avô do paciente e em casas próximas fazendo o recolhimento de sangue dos animais para serem analisados.
VE – A Vigilância Epidemiológica informa que desde o início do ano até o momento foram registrados três casos de leishmaniose tegumentar e cinco casos da leishmaniose visceral.
Em contato com o médico veterinário responsável pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Ivan José Borges, a coleta do sangue nos animais somente ocorreu ontem, porque o paciente foi tratado em Presidente Prudente, e o CCZ teria sido notificado apenas na semana passada. “Estávamos com funcionários de licença e também houve o feriado, que se estendeu com ponto facultativo, por isso, demos início ao tratamento somente nesta semana. Provavelmente a coleta dos animais na região do paciente infectado terminará ainda nesta terça-feira”, explicou.
Ivan salientou ainda que nos quatro primeiros meses deste ano, os exames apontaram que 6% dos animais que tiveram exames coletados em Dracena deram positivos e precisaram ser sacrificados.
O veterinário atribui à queda devido à limpeza nos quintais e também que os proprietários dos animais estariam mais preocupados com a saúde dos cães, aplicando todas as vacinas e mantendo os animais higienizados.