Cerca de 10% das mulheres brasileiras podem desenvolver a diabetes gestacional, que traz diversos perigos para o bem-estar dos bebês. A má-formação fetal, a hipoglicemia, além do óbito são algumas das possíveis consequências.
Segundo o dr. Gilberto Nagahama, ginecologista do Hospital San Paolo, centro hospitalar localizado na Zona Norte de São Paulo, há um risco maior de óbitos fetais tardios (acima de 32 semanas) em pacientes com diabetes não controlada.
A respeito da má-formação do feto, como a cardíaca, o médico afirma que acontece principalmente quando a mãe engravida numa fase em que a diabetes se apresenta muito elevada. “A glicose materna passa pela placenta para o feto por um mecanismo chamado difusão facilitada. Isso significa que se a mãe está hiperglicêmica transmite muita glicose para o seu bebê pela placenta.”
Uma outra preocupação é a apresentação de muito líquido amniótico. Em alguns casos, apresenta uma quantidade tão grande que pode impedir a paciente de respirar, pois o útero aumenta de tamanho e comprime o diafragma. “Após o nascimento, os bebês de mães com diabetes descontroladas podem ter diversos distúrbios metabólicos, sendo a hipoglicemia o mais comum.”
O diabetes mellitus gestacional se divide em dois grupos: o A1, controlada apenas com dieta, e A2, que necessitam de medicação. “As gestantes devem ser rastreadas com o intuito de evitar a evolução da doença. Esse é um desafio a todos nós, pois estamos falando de medicina preventiva. Devemos lutar para modificar os fatores de risco, como o sedentarismo e a obesidade”, afirma o médico.
O ideal é que a paciente engravide com a hemoglobina glicada menor que 6,1%, ela traduz a glicemia média de aproximadamente 90 dias antes do exame. De acordo com o especialista, a mulher que pretende engravidar deve ter um controle rigoroso para que possa iniciar a gestação com segurança.
“Sempre devemos lembrar que a doença é controlada com uma paciente e um médico conscientes do que fazem, além do uso da medicação com suas doses adequadas. Com este triângulo de interações, nada é superior ou inferior. Se tudo estiver equilibrado terá uma ótima gestação e um bebê saudável. Orientação nutricional e atividades físicas fazem parte do tratamento de controle do diabetes”, alerta o médico.