As famílias dos sem-terra que ocupam há cerca de sete anos parte da fazenda das Cobras, no distrito de Jaciporã, ainda têm a esperança de que a liminar que solicita a desocupação da área até amanhã seja revogada no Tribunal de Justiça de São Paulo. A informação é de Edna de Barros (Pretinha), vice-presidente da Associação J. Marques dos Trabalhadores Rurais de Jaciporã que tem como presidente Pedro Bezerra.
Segundo ela, o advogado da Federação da Agricultura Familiar (FAF) do Estado está buscando mais rapidez no pedido de suspensão da decisão da Justiça, a fim de que os trabalhadores sem-terra continuem na propriedade até uma análise geral da situação. Edna prosseguiu explicando que: “O fazendeiro de Birigui não é o dono de toda a fazenda e sim da metade, o que aconteceu é inacreditável”.
Edna esteve reunida ontem, 29, à tarde, com os trabalhadores do acampamento na fazenda das Cobras e eles ainda acreditam na revogação da liminar que determina a reintegração de posse.
Ela disse que a Conab compra os produtos que os trabalhadores sem-terra plantam e colhem e depois são repassados ao banco de alimentos de Dracena, que faz a doação as pessoas economicamente carentes.
Citou que na tarde de ontem, ainda restavam quatro barracos que seriam desmanchados amanhã. Segundo ela, o restante já estava no chão. “Ninguém aqui está querendo criar caso com a Justiça. Se houver a revogação da liminar vamos comemorar, mas caso contrário o jeito é sairmos mesmo”, desabafou.
Edna explicou que o prejuízo com a saída da área onde existem plantios de várias culturas, deverá passar de aproximadamente R$ 340 mil e que os trabalhadores vão pedir indenização ao fazendeiro.
A líder da Associação frisou que vários produtos se encontram em fase de crescimento, caso for mantida a ordem de saída das famílias tudo será perdido. Afirmou que sem as verduras e demais plantações tudo vai ficar mais difícil em relação ao convênio entre a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e a Associação, consequentemente às famílias que necessitam.
Segundo Edna, saindo da fazenda, os trabalhadores deverão permanecer no distrito de Jaciporã, porém com certa distância da propriedade, por medida judicial.