Depois de passar pelo Quênia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, começa hoje (27)  uma visita oficial de dois dias à Etiópia. Ele chegou ontem (26) à capital Adis-Abeba, na primeira visita oficial de um presidente norte-americano ao país. Obama vai se encontrar com o premiê etíope, Hailemariam Desalegn, e com o chefe de Estado Mulatu Teshome, para tratar de acordos econômicos, ações contra o terrorismo  e a situação no Sudão do Sul.

Na visita Obama também vai se tornar o primeiro presidente dos Estados Unidos a discursar na sede da União Africana, para 54 Estados africanos representados. E hoje ele terá reuniões com líderes da região para tratar do conflito entre facções rivais e o governo no Sudão do Sul, que desde 2013 aflige a população local.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) o confronto já colocou mais de 3,9 milhões de pessoas em situação de escassez alimentar, causou o deslocamento de 2 milhões de pessoas e entre dez e 50 mil mortes.

Outra preocupação na região é o recrutamento forçado de crianças, as milícias que atuam na região recrutaram pelo menos 12 mil meninos e meninas para combater no confronto que tem raízes anteriores a guerra separatista com o Sudão do Norte.

O Sudão do Sul conquistou sua independência em 2011, mas durante a guerra entre o Sul e o Norte (1983-2005), rebeldes do Sul já enfrentavam conflitos internos por disputa de poder entre etnias, também relacionadas ao controle de regiões sul sudanesas que possuem grandes reservas de petróleo.

A imprensa norte-americana e europeia destaca que a visita de Obama tem como objetivo pressionar os líderes regionais para que fazer com que as facções cessem fogo na região. No último mês de março o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução para dar um ultimato ao governo do país e os rebeldes para que dialogassem.

Caso o conflito não seja interrompido, o Conselho aprovou a aplicação de sanções contra o governo do país. Segundo a ONU pelo menos sete acordos de cessar-fogo foram firmados e descumpridos pelas partes em um ano e três meses de mediação internacional para o fim do conflito.