Silas José da Silva (PSDB), prefeito de Água Clara (MS) foi afastado do cargo nessa sexta-feira, 17, por decisão cautelar do TJ/MS (Tribunal de Justiça). Ele é acusado de pagar propina a dois vereadores para atender interesses próprios.
O prefeito Silas José da Silva, é dracenense e de acordo com o Jornal Correio Regional, “as investigações comandadas pelo coordenador do Gaeco, promotor de justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, começaram a partir do recebimento de denúncia de que Silas teria pago propina a dois vereadores para aprovar a lei de orçamento do município. Um dos vereadores, Marcelo Batista de Araújo, conhecido como Marcelo Carvoeiro, gravou o pagamento de propina.
Segundo o Gaeco, ele devolveu R$ 18 mil que teriam sido repassados pelo prefeito Silas. O dinheiro teria sido entregue aos vereadores nos meses de abril, maio e junho, sendo que o próprio chefe do Executivo fez o pagamento em abril e junho.
O Gaeco afirma que em denúncia formulada pelo vereador Marcelo Batista, o prefeito teria oferecido, em troca do voto favorável pela aprovação de Lei Orçamentária, e a título de propina, o pagamento de R$ 6 mil mensais, que seriam repassados em dinheiro todo dia 20 de cada mês. O vereador chegou a gravar em vídeo sobre a entrega de uma das três parcelas, que totalizaram R$ 18 mil em espécie, recurso esse que foi apreendido e está depositado em conta judicial.
Ainda na fase da investigação, outro vereador de Água Clara, Waldenir Ferreira Lino, também confirmou em declarações ter recebido do prefeito, proposta de pagamento de propina, em troca do voto pela aprovação da Lei Orçamentária, cujo texto original autorizava o Poder Executivo a abrir crédito suplementar, sem prévia anuência da Câmara, de 50% do total das despesas.
Além dos vereadores Marcelo Batista de Araújo e Waldenir Ferreira Lino, foi ouvido o presidente da Câmara Municipal de Água Clara, Valdeir Pedro de Carvalho e mais quatro testemunhas. Na casa do prefeito foram apreendidos documentos e um notebook e na Prefeitura um computador. O prefeito, assim como a assessoria de imprensa e secretários do município foram procurados, mas não comentaram o assunto.
OUTRO LADO – O prefeito afastado, Silas José, concedeu entrevista sobre a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que culminou com o seu afastamento do cargo, que passa a ser ocupado pela vice, Valéria Travain. 
Silas disse na tarde de sexta-feira, que iria a Campo Grande para prestar esclarecimentos no inquérito que tramita no Caego, sobre a suposta compra de vereador para apoiar projeto do Executivo na Câmara Municipal.
De acordo com o prefeito, a acusação é inverídica e mentirosa e que se trata de uma conspiração perpetrada e arquitetada pelo vereador Marcelo Araújo que, segundo ele, pretende levar a eleição de 2012 para o segundo turno.
“Querem o poder a todo instante e a todo preço, têm me perseguido desde o dia em que tomei posse nesta prefeitura e procuram de todas as maneiras, mais vis possíveis e até mais covardes pegar o poder na marra”, acusa. 
“Tudo será resolvido, a Justiça tem que ouvir as duas partes, não pode só ouvir a falácia do vereador Marcelo, mas também a minha versão”, finalizou.