Em meio à discussão no país sobre a legalidade do aplicativo Uber, um personagem peculiar trafega tranquilamente pelas ruas de São Paulo e chama a atenção pelo nome: o taxista Uber Sampaio Cavalcante, de 25 anos. O fato de ser homônimo faz com que ele, em tom de brincadeira, pergunte: “Quem veio primeiro, o Uber aplicativo ou eu?”

Ele é taxista há pouco mais de um ano e pensa que o aplicativo Uber, que conecta motoristas autônomos e usuários em busca de transporte, “é uma concorrência desleal ao serviço de táxi. O Uber aqui não gosta do Uber”, afirmou. 

Do banco do passageiro e até dos pontos de táxi é comum ouvir brincadeiras com seu nome. “Os passageiros perguntam se eu sou o dono do aplicativo Uber, se eu sou o próprio aplicativo”, lembra o taxista aos risos. “Já os taxistas fazem piada e me chamam de Uber clandestino.”

Piadas de lado, ele tem orgulho do nome, escolhido pelo pai. Uber é uma homenagem à cidade mineira de Uberlândia. “A gente morou lá alguns anos, e ele quis fazer essa homenagem”, explicou.

Sobre a polêmica recente envolvendo o homônimo de fama internacional, ele prefere se manter distante. “Sei que está tendo um problema, uma polêmica, que tem esses clandestinos, mas quero ficar longe deles. Só estou acompanhando pela internet, pelo noticiário”, disse o taxista.

Em seu celular há vários aplicativos de táxi. “Trabalho para uma cooperativa e também atendo por vários aplicativos de táxis. A tecnologia ajuda bastante, a gente praticamente não fica parado”, afirmou Uber.

Taxista Uber Sampaiodiz que colegas fazem piada com seu nome por causa de app Uber (Foto: Marcelo Brandt/G1)

Taxista Uber Sampaio diz que colegas fazem piada com seu nome (Foto: Marcelo Brandt/G1)

 

Lei
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em 30 de junho, o projeto de lei 349/2014, que proíbe o uso de carros particulares cadastrados em aplicativos para transporte remunerado de pessoas. O projeto precisa ainda passar por uma segunda votação e ser sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

A assessoria do Uber afirmou que o serviço continuará funcionando normalmente, uma vez que o projeto de lei ainda não é válido. O Uber diz ainda que começou nesta segunda-feira uma campanha para pedir à população “que compartilhasse sua opinião sobre a Uber com os vereadores de São Paulo”. Segundo a empresa, foram mais de 200 mil e-mails enviados.

Em nota, a assessoria do aplicativo informou que “a Uber defende que os usuários têm o direito de escolher o modo que desejam se movimentar pela cidade”. Diz também que o modelo de negócio da ferramenta cria oportunidades de geração de renda, enquanto oferece uma opção segura e eficiente de transporte urbano.

Taxista Uber Sampaio, 25 anos, aparece em tela de aplicativo legalizado em SP (Foto: Glauco Araújo/G1)
Taxista Uber Sampaio, 25 anos, aparece em tela de aplicativo legalizado em SP (Foto: Glauco Araújo/G1)