Na tarde de sexta-feira, 17, aconteceu o 1º encontro sobre as atividades desenvolvidas no programa de controle da mosca-de-estábulo, na Divisão de Educação de Junqueirópolis. Representantes da Usina Rio Vermelho e produtores rurais se reuniram para falar sobre a proliferação da praga.
Os instrutores Edison Silveira Campos Neto, Márcio Ramires Rodrigues e Rocky Alan Lamers abordaram assuntos como recolhimento da palha, escarificação do solo, controle biológico mediante pulverizações com atomizador e trator com barra, gestão de resíduos sólidos, aplicação da área de fertirrigação, utilização de Eflugard no tratamento das águas residuárias e nos tanques pulmões de armazenamento de vinhaça, entre outros conteúdos.
Logo após o início do encontro, a palestra foi interrompida e a discussão ficou calorosa quando alguns produtores se exaltaram e reivindicaram soluções definitivas para o problema. Um deles disse que o prejuízo para o setor está muito grande e o problema deve ser resolvido o mais breve possível.
Outro produtor rural contou que outras regiões próximas a usinas não sofrem com os insetos, mas que esta região está tomada pelo inseto. “Eu tenho que deixar o meu gado em outro local para não deixá-lo sofrer. Além do gado, cavalos, cães e até mesmo as pessoas da minha família sofrem com esse excesso de moscas”, desabafou o produtor.
Um dos instrutores do evento e coordenador de meio ambiente da Usina Rio Vermelho, Edison Silveira Campos Neto, disse que a empresa está trabalhando para controlar a mosca, mas o poder público não está ajudando.
A mosca-de-estábulo é um pouco maior que uma mosca doméstica. O que as diferenciam é o sugador que a mosca usa para alimentar-se do sangue de animais e até dos humanos. Sua picada é muito dolorida, causa desconforto e incomoda os animais parasitados, resultando em prejuízos na produção. Como forma de defesa, os rebanhos se aglomeram no pasto e se debatem o que causa estresse ao animal.
Os produtores alegam que a vinhaça é a responsável pelo surgimento e reprodução das moscas. A vinhaça é o resíduo pastoso que sobra após a destilação do caldo de cana-de-açúcar fermentado para a obtenção do etanol. A praga ataca o rebanho e já há uma queda expressiva da produção, uma vez que, ao invés do gado se alimentar, ele fica se debatendo e perde peso.
Pecuaristas ainda informaram que os investimentos para exterminar as moscas são bastante caros e poucos eficazes.