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Ao longo dos anos, a agricultura familiar se transformou em uma importante atividade no campo. Sua relevância social e econômica fez com que o dia 25 de julho seja considerado o Dia Internacional da Agricultura Familiar. Aqui no Brasil, o governo federal anunciou no final de junho a liberação de R$ 28,9 bilhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2015-2016. E, apesar do ajuste fiscal imposto pelo governo neste ano, que cortará despesas, o orçamento para a agricultura familiar não foi atingido, aliás apresentou um acréscimo de 20% em relação a 2014.
O novo plano anunciado pelo governo vai contemplar a liberação de Crédito pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a compra de itens pelo poder público por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e ainda vai oferecer assistência técnica aos agricultores e taxas de juros mais baixas que as praticadas no mercado.
Além dessa série de medidas, chama a atenção também saber que a atividade representa 84% de todas as propriedades rurais brasileiras e emprega cerca de cinco milhões de famílias, de acordo com o relatório “Estado da Alimentação e da Agricultura”, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A análise destaca que a ação é responsável por grande parte dos alimentos que chegam à mesa da população, entre eles o leite (58%), a mandioca (83%) e o feijão (70%).
Todos esses dados e incentivos mostram que temos um mercado em constante expansão e que merece a atenção de todos os setores da economia, principalmente, das indústrias de maquinários agrícolas. Isso porque cada vez mais será preciso investir em tecnologias capazes de otimizar as atividades desse segmento, tornando o trabalho cada vez mais lucrativo e seguro.
Por isso, hoje, muito mais do que grandes maquinários, o agricultor familiar busca por tecnologias com custos acessíveis, de fácil manuseio, que exigem menos esforço físico na operação, e que garantam o aumento da produtividade. Um exemplo disso é o uso do motocultivador no lugar da enxada para arar o solo. Ele é indicado para atividades de preparo do solo, principalmente em hortas. Sua utilização também é bastante difundida em granjas para remover a cama de frango, melhorando o ambiente de criação. Com o seu uso, o produtor consegue diminuir o tempo de trabalho de forma significativa.
Pensando ainda nas inovações, outro exemplo é o uso da derriçadora na colheita do café. O equipamento também é conhecido por “mãozinha”, pois gera vibrações suficientes para a realização da colheita dos grãos de café, substituindo a colheita manual. Isso faz com que os grãos se desprendam dos ramos, sem danificar os arbustos ou o mecanismo atuador, e sejam projetados ao solo.
Esses são apenas dois exemplos de inovações que podem ser facilmente utilizadas no dia a dia do agricultor familiar para a manutenção de diferentes culturas.
Apesar da atual crise econômica enfrentada pelo país, a necessidade de abastecer a população tem que ser incentivada, ainda mais em um segmento que gera trabalho para milhares de famílias. Por outro lado, a agricultura familiar tem que se tornar cada vez mais competitiva, com o aumento da produtividade e redução dos custos, gerando assim maior valor ao agricultor. Nesse sentido, a mecanização com equipamentos de pequeno porte é inevitável e tem que ser estimulada. Portanto, mãos à obra!
* é diretor nacional de vendas e serviços da Husqvarna, líder global no fornecimento de equipamentos para o manejo de áreas verdes.
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