Os servidores em greve do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão acampados há 27 horas no gabinete da superintendência na capital paulista. Os grevistas ocupam somente o terceiro andar da sede regional do INSS, como forma de pressionar a negociação e em repúdio ao corte de ponto de todo o mês de julho. A greve já dura 50 dias.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência em São Paulo (Sinsprev), Thiago Alves Dias, outras superintendências pelo país devem também ser ocupadas nos próximos dias. “A cada semana, o governo se compromete em apresentar uma proposta por escrito, mas isso não acontece. Então, a gente não tem nenhuma proposta para avaliar se aceita ou não”, disse.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão o reajuste nos salários de 27%, para repor as perdas salariais desde 2010, a realização de concurso publico para a contratação de mais servidores e a incorporação das gratificações, que representam 70% dos salários. “A gratificação a gente não leva quando se aposenta. Temos 15 mil servidores em condição de se aposentar, mas não se aposentam, porque teriam seu salário reduzido em 50%”, afirmou Thiago.

A última nota do INSS, do dia 14, destaca a decisão liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinando que as entidades representativas da Carreira do Seguro Social mantenham 60% dos servidores trabalhando enquanto durar a greve. De acordo com o INSS, a ação foi ajuizada com objetivo de minimizar os impactos negativos da paralisação. O INSS deixou de divulgar o balanço sobre a adesão dos funcionários no último dia 12, quando 21% dos trabalhadores estavam parados.

Sobre as pessoas que buscarem atendimento e não forem atendidos, o INSS orienta que procurem o teleatendimento 135 para remarcação. O instituto informou ainda que, para a concessão do benefício, será considerada a data do primeiro agendamento. “Dessa forma, fica afastada qualquer hipótese de prejuízo financeiro aos segurados que fizerem jus a um benefício previdenciário”, destacou o órgão.

Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa do INSS, mas não obteve resposta.