A Secretaria da Segurança Pública (SSP) está oferecendo recompensa de R$ 50 mil para quem ajudar com informações que levem à identificação e à prisão dos autores do homicídio de 18 pessoas em dois municípios da Grande São Paulo, na semana passada.
“Vamos editar uma resolução, com base em um decreto do governador Geraldo Alckmin, para que pessoas que fornecerem informações importantes para as investigações recebam uma recompensa de R$ 50 mil”, destacou o secretário Alexandre de Moraes, na manhã desta segunda-feira (17).
Na noite de quinta-feira, 15 pessoas foram mortas em Osasco e três, em Barueri. Nas ações criminosas, outras seis pessoas foram feridas. O caso está sendo investigado por uma força-tarefa composta por 70 policiais civis e técnico-científicos.
“Acreditamos que mais informações podem ser fornecidas. [A denúncia] é um instrumento válido. É importante para a sociedade poder colaborar e nós temos absoluta certeza que irá haver colaboração”, afirmou o secretário.
Esta é a maior recompensa já oferecida pelo Programa de Recompensa,lançado em maio de 2014 pelo Governo do Estado de São Paulo. As denúncias devem ser feitas apenas pelo site do WebDenúncia. O sigilo é absoluto.
Pode receber a recompensa o denunciante que encaminhar informações que contribuam de maneira relevante para que a polícia esclareça o crime. Ou seja, quem fornecer dados que resultem na identificação do autor ou na localização e prisão dele. A resolução autorizando a recompensa será publicada no Diário Oficial.
O secretário ressaltou que o programa é “absolutamente seguro”. “Para aqueles que tiverem informações importantes, a identidade será absolutamente reservada”, disse Moraes. “As pessoas podem ter total tranquilidade em relação a isso”, completou.
Como denunciar
O interessado em denunciar precisa acessar o WebDenúncia e seguir as instruções. Não há a necessidade de realizar cadastro ou identificação pessoal. Esse procedimento foi elaborado para proteger o anonimato do denunciante. Ao final do processo, a pessoa recebe um número de protocolo e uma senha para acompanhar anonimamente o andamento da denúncia. É um processo semelhante a uma compra feita online.
Concluída a denúncia, a pessoa passa a ter acesso no site a uma seção para acompanhar o andamento do resultado das informações fornecidas e checar se receberá a recompensa.
Para receber a recompensa, o site fornecerá, na seção de acompanhamento, um número de cartão bancário virtual com o qual poderá fazer o resgate total ou em parcelas do valor em qualquer caixa eletrônico do Banco do Brasil, sem a necessidade de que ele se identifique.
O WebDenúncia conta com dupla criptografia de dados para a proteção do sistema. Os recursos para o Programa de Recompensa são do Fundo de Incentivo à Segurança Pública (Fisp), que é administrado pela Secretaria da Segurança. A verba é liberada ao fundo para o pagamento da recompensa.
As informações do denunciante são repassadas aos policiais civis e militares que atuam no WebDenúncia por meio de uma parceria entre a Secretaria da Segurança Pública (SSP) e o Instituto São Paulo Contra a Violência (ISPCV), que gerencia o sistema. Eles encaminham as informações às equipes responsáveis pelas investigações.
A importância de informações para o Programa Estadual de Recompensa é analisada de acordo com cada caso denunciado. A decisão final sobre o pagamento da recompensa fica a cargo do secretário da Segurança Pública.
Sobre a investigação
Alexandre de Moraes se reuniu na manhã desta segunda-feira (17) com a equipe que integra a força-tarefa, na sede do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), no centro da Capital para discutir o andamento das investigações.
“As polícias estão trabalhando diuturnamente desde a madrugada de sexta-feira (14), iniciando com o belíssimo e rápido trabalho da Polícia Técnico-Científica em conjunto com a Polícia Civil e com a Corregedoria da Polícia Militar”, disse o secretário. “Pretendemos rapidamente dar uma resposta à sociedade”.
Com o trabalho conjunto realizado durante o final de semana, os policiais conseguiram definir que três grupos distintos podem ter cometido as mortes. “São, no mínimo, 10 criminosos envolvidos. As imagens apontam que havia quatro pessoas no Peugeot e mais duas em uma motocicleta, em Osasco.”
O uso de quatro armas ao mesmo tempo em Barueri indica a participação de mais quatro suspeitos. Segundo o secretário, ainda não há comprovação de uma interligação entre os integrantes de cada grupo.
Em Osasco, quatro armas foram usadas simultaneamente em pelo menos três locais, segundo apontou o exame de balística feito pelo IC. Os ocupantes da motocicleta utilizaram outras duas armas. Laudos parciais confirmaram a presença das seguintes armas: calibres 380, 45, 38 e 9 mm.
Alexandre de Moraes destacou que algumas testemunhas já foram ouvidas e outras imagens obtidas. Segundo ele, a reunião foi feita para concentrar algumas informações e “principalmente para que a Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar possam utilizar o próprio canal do gabinete do secretário para que nós possamos acelerar as medidas judiciais necessárias para prosseguir nas investigações”.
O secretário falou que hoje à tarde serão feitos depoimentos de vítimas que ainda estavam no hospital, de parentes de algumas vítimas e de moradores próximos ao local do crime.