Por conta da recente aparição da presidenta Dilma Rousseff na vizinha Presidente Prudente, semana passada, um grande número de pessoas da região foram às redes sociais demonstrar todo seu descontentamento contra o atual governo.
Alguns simpatizantes da presidenta petista vociferaram contra essas manifestações contrárias ao governo, porque para estes, estamos em um estado democrático de direito, e nosso direito de se manifestar contra é somente no momento do voto a cada ciclo de quatro anos, e que por ter sido eleita democraticamente pelo voto merece todo o respeito dos brasileiros, mesmo saltando a olhos vistos o desrespeito do governo para com a nação brasileira.
Vivemos em tempos que discordar do governo petista e da sua ideologia faz de você “um coxinha”, “um golpista”, “um secto da direita podre”, “um reacionário” e por aí vai, mas paremos por aqui.
Acusam também os opositores do atual governo de quererem promover a separação entre os brasileiros, através da disseminação do ódio dos ricos contra os pobres, do sul contra o nordeste, dos brancos contra os negros e dos cultos contra os iletrados.
No entanto, esquecem os simpatizantes do governo PT, que foi a própria presidenta Dilma quem começou a fomentar esse quadro de separação entre os brasileiros ao tratar o Brasil dividido nas urnas de “nós” contra “eles”, e de utilizar-se de expressões infames como por exemplo “elite branca” na tentativa de minimizar e desqualificar as vaias sonoras recebidas de brasileiros, que segundo o governo pertencem as elites, como se as elites não merecessem também ser ouvidas neste país.
Para tristeza dos adeptos do governo petista, não existe em nosso país espaço para a luta de classes, de cor, cultura ou região. Os brasileiros do sul e sudeste continuam a ser muito bem recepcionados pelos brasileiros do norte e nordeste em suas belas praias e florestas tropicais, assim como também os nortistas e nordestinos, de igual modo, são muito bem recebidos no sudeste e sul do país, onde muitos se estabelecem com animo definitivo devido as melhores condições de emprego e renda.
Portanto, afirmar que o país encontra-se dividido é uma realidade tão distorcida quanto afirmar que este governo que aí está privilegia aos anseios das classes menos favorecida em detrimento aos grã-finos. Se assim fosse, certamente não estaríamos presenciando os cortes em políticas sociais e salariais colocados em prática pelo PT logo após o resultado das eleições, inclusive, promovendo cortes em direitos dos trabalhadores brasileiros, que a então candidata petista bradava aos quatros cantos que jamais os faria, numa clara demonstração de estelionato eleitoral.
O que assistimos hoje é um Brasil unido de norte a sul contra toda esta corrupção endêmica enraizada no seio do governo PT; vemos brasileiros de todas as camadas sociais reivindicando melhor gestão com o dinheiro público; brasileiros com grau de instrução maior ou menor reclamando em uníssono por melhores condições de saúde, emprego e educação.
Sem dúvidas, o voto é a principal arma para afastar do poder os governos corruptos e ineptos, porém, é exigir demais dos brasileiros que assistam calados a todos os escândalos de corrupção praticados na Petrobrás e que serviram para financiar o projeto de poder permanente do PT. O que não podemos admitir em silêncio é o dinheiro angariado dos impostos servir para financiar obras em Cuba, Venezuela e outros, enquanto muitos brasileiros ainda passam fome e falecem nos leitos de hospitais por falta de recursos. O que o brasileiro não mais suporta passivamente é pagar a conta pelos desvios do dinheiro público, como exemplo atual, onde vemos o governo na maior cara de pau impondo goela abaixo dos brasileiros um novo aumento de impostos.
Não há mais espaço para a cobrança de impostos padrão Fifa, e disponibilização de serviços públicos de péssima qualidade.
Não podemos passar outro ciclo eleitoral em estado de letargia, para só no período eleitoral então manifestarmos nosso contentamento ou não com o governo. Mesmo porquê, é salutar para a democracia brasileira o despertar deste interesse e desta participação maior dos brasileiros quanto aos assuntos de relevo da nação, pois sabemos bem a que tipo de governo interessa um povo alienado.
Chega a ser engraçado, mas é uma constatação: para os simpatizantes, falar bem do governo é ser democrático, no entanto, manifestar-se contrariamente é ser golpista e desrespeitoso.
Mas bom de ver que em tempos de crise política, ética e econômica pela qual atravessamos, o povo brasileiro de todas as partes do país e de todas as condições sociais se une cada vez mais. E para desespero dos aliados petistas, cresce exponencialmente o número de golpistas desrespeitosos, que na verdade são meros brasileiros desesperançosos e indignados com a roubalheira política no Brasil.
E convenhamos, o governo não tem hoje condições morais de exigir respeito do povo brasileiro.
*Morador de Dracena e advogado.