O mercado imobiliário, responsável por cerca de 10% da economia no país, é mais um dos setores que vem sofrendo consequências da grave crise financeira atual. Em Dracena, a situação não é diferente, segundo informações do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci), tanto as vendas como locações de imóveis passam por um período de baixa.
“Vêm caindo desde janeiro e a queda está se acentuando nos últimos meses em decorrência do agravamento da situação, as vendas de imóveis novos, financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF), por exemplo, diminuíram 70% em média”, informa o delegado regional do Creci de Dracena, Wilson de Camargo Bueno.
A saída para os proprietários não perderem dinheiro no investimento, conforme Camargo, é procurar negociar a venda do imóvel a um preço mais baixo da avaliação do mercado.
“Uma casa avaliada em R$ 600 mil, por exemplo, foi vendida há poucos dias, entre R$ 480 mil a R$ 500 mil, no geral, os imóveis novos estão sendo negociados com 20% a 30% de descontos”, explica.
LOCAÇÕES – Placas de imóveis novos para vendas, assim como para locações são cada vez mais comuns na cidade. “Na realidade, o inquilino antigo está deixando o imóvel devido a exigência de reajustes no aluguel pelo proprietário e procurando ofertas mais baratas”, explica.
Camargo avalia que os valores de aluguéis de imóveis na cidade hoje estejam de 20% a 30% mais baratos, comparados ao período antes da crise de ter se acentuado, até 2014.
COMÉRCIO – Na área comercial, a situação se repete, com o aumento no número de lojistas encerrando as atividades por não conseguirem manterem-se no mercado. “O efeito é o crescimento de pontos comerciais para alugar”, constata.
Ele explica que ao contrário dos anos anteriores, quando nessa época, próxima ao final do ano, aumentava a procura de imóveis comerciais para alugar. “Hoje, a situação se inverteu, há poucos dias, atendemos três clientes que queriam encerrar os contratos de locações de seus pontos comerciais”, acrescenta Camargo, que é proprietário de uma empresa imobiliária na cidade.
INADIMPLÊNCIAS – Outra situação preocupante para o setor, conforme explica o delegado do Conselho, é a inadimplência que aumentou na locação dos imóveis nos últimos três meses. “Infelizmente está ocorrendo, nas pesquisas realizadas para formalização do contrato de aluguel, constatamos atrasos nos pagamentos de compromissos em lojas do comércio, bancos e cartões de crédito”, informa
Camargo prevê que a situação não vai melhorar em curto prazo. “Ao contrário, a tendência é piorar, crise igual a essa no País não havia desde a época do ex-presidente Collor de Melo (1990-92)”, explica.
A orientação do representante do Creci, no caso das locações, é a mesma que no caso de vendas. “O proprietário deve negociar com inquilino, se adequando à nova realidade do mercado para não ter prejuízo. “Compensa mais do que ele ficar com o imóvel sem alugar, como há pontos comerciais na cidade, fechados há mais de um ano”, conclui o delegado do Creci.