Desde que a nova equipe econômica do governo Dilma assumiu seu posto, o termo “ajuste fiscal” está presente diuturnamente na imprensa. Quer seja nos jornais, rádio, ou televisão, a expressão passou a fazer parte de quase todos os noticiários. E não é para menos.
Com um governo que gasta mais do que arrecada, o Brasil parou de fazer a poupança necessária para pagar os juros da dívida – superávit primário – e começou a ter déficits fiscais. Em bom português: “a conta não está fechando”.
Para solucionar esse problema, o ministro Levy foi empossado com a difícil missão de colocar o país de volta nos eixos. Leia-se: arrecadar mais e gastar menos. Uma tarefa que, até o presente momento, ele não tem obtido êxito ao executar. Se o ministro irá obter sucesso na sua empreitada só o futuro dirá.
Apesar de todas as dificuldades pelas quais temos passado ultimamente – desemprego, taxa de juros e inflação em alta, além da recessão econômica – o momento atual pelo qual passa o Brasil trás um aspecto positivo: levar-nos a reflexão.
Passamos a refletir sobre o que precisa mudar no país, o que é ótimo. O senso cívico e esse espírito patriótico são fundamentais para crescermos enquanto nação. Mas será que temos refletido sobre a nossa própria vida? Será que temos parado para pensar sobre a nossa realidade e o que podemos fazer para melhorarmos a nossa situação financeira?
Não são somente as nações que precisam fazer seus ajustes fiscais. Caso queiramos ter um futuro financeiro próspero, nós também precisamos tratar de fazer logo o nosso. Se não existe receita para o sucesso financeiro, certamente existe receita para o fracasso: gastar mais do que se ganha.
Quer seja no cotidiano de países, empresas ou pessoas, em se tratando de finanças, as coisas acontecem de forma muito simples. Se suas despesas são superiores às receitas, você terá que se endividar para “fechar a conta”. Quem se endivida paga juros e quem paga juros tem cada vez menos dinheiro para conseguir arcar com seus compromissos, o que chamamos de ciclo vicioso.
Por outro lado, quem gasta menos do que ganha sempre tem dinheiro sobrando. E quem consegue poupar tem condições de investir. Quem investe recebe juros pelo capital investido e dessa forma terá sempre mais dinheiro disponível, ou seja, o ciclo virtuoso.
Fazer nosso ajuste fiscal nada mais é do que reduzir as despesas desnecessárias, de modo que possamos reduzir nossos custos, não apenas para fazer “a conta fechar” no fim do mês, mas sim para termos recursos suficientes para poupar e investir para nosso futuro.
A única certeza que temos sobre o futuro é que ele é incerto. Entretanto, fazer a nossa lição de casa é uma das melhores maneiras de aumentarmos nossa chance de sucesso. Se você almeja atingir seus objetivos financeiros a médio e longo prazo, é preciso começar a agir agora – no curto prazo – para tornar suas conquistas possíveis.
Espero, sinceramente, que o ministro Levy obtenha êxito na sua tarefa e consiga colocar o Brasil nos trilhos. Enquanto isso não acontece, cabe a cada um de nós fazer a nossa parte e ajustar as nossas próprias finanças.
*consultor financeiro, palestrante, fundador do Portal www.invistafacil.com e do instagram @oinvestidor.