O Novo Testamento ensina repetidamente que Jesus não teve absolutamente nenhum pecado (Jo 8.46; 2Co 5.21; Hb 4.15; 1Pe 2.11; 1Jo3.5). A natureza moral de Jesus não estava sujeita aos efeitos da queda de Adão, sendo, portanto, semelhante à natureza de Adão antes do seu pecado. Jesus amava a lei de Deus e guardou-a perfeitamente.
Jesus precisava ser sem pecado por vários motivos. Em primeiro lugar, a impecabilidade de Jesus era necessária para que ele pudesse ser um substituto adequado para todos os pecadores ao morrer na cruz. Se não tivesse sido um “cordeiro sem defeito e sem mácula”, seu sangue não teria sido “precioso” (1Pe 1.19) aos olhos de Deus.
Em segundo lugar, ao viver uma vida em conformidade ativa e absoluta com a lei de Deus, Jesus obteve o direito de se assentar no trono de Davi para sempre (Sl 89; 132; Mt 1.1). Desse modo, ao reinar sobre tudo em nosso favor, também garante a nossa salvação.
Em terceiro lugar, a justiça ativa de Cristo torna os cristãos justificados diante de Deus. Além de serem perdoados de seus pecados pela expiação de Cristo, os cristãos também são “feitos justiça de Deus” (2Co 5.21), pois a justiça de Cristo lhes é imputada pela fé no salvador. Quando os cristãos estão em Cristo, Deus o pai os vê da mesma maneira como vê o seu filho sem pecado.
Em quarto lugar, Jesus enfrentou e venceu a tentação para se tornar nosso sumo sacerdote compassivo diante do pai nos lugares celestiais. Ele foi “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). Isso significa que enfrentou todos os tipos de tentação que nós enfrentamos, mas não se entregou a nenhuma delas; antes, resistiu mesmo em meio à agonia do Getsêmani e da cruz.
A impecabilidade de Jesus diante da tentação fez dele o nosso sumo sacerdote perfeitamente solidário e garantiu o seu direito de nos representar permanentemente diante do pai.
*Bíblia de Estudo de Genebra, 2. ed. Barueri-SP: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2009, pg. 1648.
**Pastor e missionário presbiteriano.