Em coletiva de imprensa que durou pouco mais de uma hora e meia, o prefeito de Adamantina, João Eduardo Pacheco Barbosa, recebeu por volta de 12h de ontem, 27, pela primeira vez em seu gabinete, a imprensa local e regional para esclarecer os principais pontos de sua gestão.
Pacheco também fez revelações sobre divergências com o modo de administrar de Ivo Santos e seu distanciamento para com ele e a Prefeitura de Adamantina por perceber que “não havia espaço”.
“Eu estou aqui por força de uma decisão judicial, enquanto eu estiver nessa posição, eu tenho que tomar medidas. Eu peço desculpas a todos, pois no início eu estava empenhado em participar, querendo ajudar. Eu seria o secretário da Saúde, foi minha proposta, eu declarei isso, infelizmente nós tivemos a questão de saúde do prefeito e eu me senti na obrigação de me aproximar dele e de ficar como um homem de confiança para dar um apoio, um nome e participar nas decisões. Eu senti esse compromisso e desisti de ser secretário e convidei o Jorge para ocupar o cargo. E essa era minha intenção de ir com ele para todos os lugares (…) Ocorreram outros fatos em que eu dava opinião e as coisas nunca aconteciam dessa maneira, principalmente na área da saúde, onde eu achei que pudesse atuar mais e com conhecimento, já que uma das propostas de governo era melhorar a situação da saúde, que já era boa”, relatou.
Pacheco fez relato de um episódio em que houve divergência. “Mas na área da saúde, em uma segunda-feira, o Jorge ligou pra mim pra dizer que todos da nossa equipe, todo pessoal eficiente do nosso grupo foi dispensado? Ele não sabia e eu não sabia. E essas decisões foram tomadas sem nenhuma comunicação”, disse.
Segundo ele, o estado de saúde de Ivo Santos, que sofreu um AVC, afetou a forma dele administrar o município. “Ele toma remédios. Ele tomava pra evitar outras complicações. Tem um conjunto de fatores tanto decorrentes do problema que ele teve quanto da medicação que ele toma pra controlar e que afeta, sem dúvida afeta. Seria hipocrisia minha falar que ele é o mesmo Ivo de quando eu conheci”, revelou.
“Não foi um bom governo”, opinou. “Nós tínhamos esperança de que ele iria se recuperar”, concluiu.
A crise financeira que o município enfrenta também foi argumentada durante a coletiva pelo prefeito e pelo secretário de Finanças, Reinaldo Turra Junior, que esclareceu que a situação é crítica para o próximo ano. “Estamos sem dinheiro e com muita dívida. Dívida de outros anos, os projetos estão atrasados (…) Secretarias que estão ocupando imóveis alugados estão com os alugueis atrasados e muitas delas com possibilidade de despejo”, explicou.
Em seu pronunciamento no dia da posse, Pacheco deixou claro que tomaria medidas drásticas para equilibrar a situação financeira da Prefeitura. “Estamos administrando com muito amor, muito trabalho, muitas horas a mais, com a cooperação dos funcionários e dos secretários e vamos ter contato pessoal com cada diretor e quero um organograma de cada secretaria. (…) Temos que compor uma reengenharia para reduzir despesas. Então aquelas secretarias que puderam ser unificadas e se tornarem diretorias conduzidas por servidores de carreira, essa é nossa meta”, enfatizou.
“A Prefeitura perdeu controle desses gastos”, disse Turra. De acordo com ele, a dívida atual da Prefeitura é de aproximadamente R$ 2 milhões, com relação ao tesouro municipal.
Para continuar contendo os gastos, o prefeito pretende efetivar a fusão de secretarias, além de gastar somente com o que é necessário e prioritário.
Ao final da coletiva, Pacheco reafirmou que continua atuando como médico e que é a profissão que ele ama. Ao ser questionado sobre sua possível candidatura a prefeito para as próximas eleições, ele diz não ter pretensões políticas, já que prefere continuar atuando como médico.