Não tem sido fácil a vida dos munícipes de Tupi Paulista nos últimos meses. Após decretar publicamente a crise financeira que vivencia a Prefeitura devido à diminuição de repasses por parte do Governo Federal, os funcionários públicos municipais tiveram que conviver com o problema de salários atrasados; moradores reivindicam melhorias nas ruas e avenidas que foram tomadas por inúmeros buracos e longe dos problemas acabarem, a farmácia municipal vem enfrentando a dificuldade na hora de entregar a medicação solicitada.
Quem precisa dos remédios, que deveriam ser distribuídos de graça, já espera há alguns meses por uma solução.
Segundo um morador, que não quis ter o nome divulgado, há três meses ele busca alguns medicamentos e volta para casa frustrado. Na última semana ao levar uma receita com três tipos de remédios foi informado de que nenhum estava disponível para entrega.
Ele ressalta que entre os medicamentos que encontrou em falta no estoque na farmácia popular está o AAS, rivotril, clonazepam, sertralina prednisona, lexotan, nimesulida, neomicina (pomada) e até mesmo o carbocisteína (xarope). “É um grande descaso com a população o que vem ocorrendo na saúde municipal”, disse o morador revoltado com a situação.
EXECUTIVO – A reportagem entrou em contato com o secretário municipal de Saúde, Mauro Zerbetto, que afirma que algum tempo os medicamentos fornecidos pelo Governo do Estado não estão chegando aos postos de saúde, entre eles, os considerados de alto custo e da Furp (Fundação para o Remédio Popular).
Mauro conta que o Governo alega atraso de licitação, medicamento em falta pelo laboratório, entre outros motivos. Outro problema é a falta de recursos para a compra total de medicamentos fornecidos pela Administração Municipal.
O secretário pontua que os medicamentos estão chegando sim na farmácia municipal, no entanto, não consegue atender 100% da população. “Tem moradores que têm condições financeiras, no entanto, retiram medicamentos no posto. Com isso, muitas vezes as pessoas carentes acabam ficando sem levar para casa o remédio”, desabafou.
A farmácia municipal atende mensalmente entre quatro a cinco mil moradores.
INVESTIGAÇÃO – Mauro conta que recentemente o Ministério Público esteve investigando os postos de saúde de Tupi Paulista para analisar a forma de contração de funcionários e a equipe de profissionais.
A medida foi adotada devido à situação financeira da Administração Municipal.