Em coletiva de imprensa com secretários municipais realizada na tarde de ontem, 18, o prefeito afastado Ivo Santos disse que a Promotoria e a juíza cometeram equívoco ao tomar a decisão de afastá-lo do cargo de prefeito, em decisão judicial do processo que investiga o depósito de um cheque da Prefeitura de mais de R$ 276 mil na conta particular do ex-secretário de Finanças, Neivaldo Marcos Dias de Moraes.
De acordo com Ivo Santos, o comunicado sobre o afastamento chegou a ele por volta de 14h dessa terça-feira, 17, e todos foram pegos de surpresa. “Essas reivindicações de informação, foi isso que o promotor de justiça, que se embasa o parecer da juíza, foi que não havia conseguido informação junto à prefeitura. E a gente começa a se questionar: onde está por escrito que eles reinventaram a gente? Não tem nada em lugar nenhum”, ponderou Ivo.
O prefeito afastado começou explicar à imprensa que o cheque foi rastreado pela justiça que em seguida pediu a abertura de sigilo bancário do ex-secretário de Finanças. Neste momento, a secretária de Assuntos Jurídicos, Maria Cristina Dias interrompeu a fala do prefeito afastado alegando que o caso corre sob segredo de justiça. “Lá tem quatro páginas de movimentação da conta corrente da pessoa e não foi encontrado. E lá em momento algum tem alguma movimentação que seja favorável e que me veicule a esse processo”, disse.
Ivo Santos se queixou também de pessoas que estão trabalhando contra ele. “Nunca, se quer um ofício foi enviado a Prefeitura. A Prefeitura é parte inexistente nesse processo. Nós nunca fomos oficiados pra nada. Para nenhum documento, para nenhuma informação”, disse a secretária de Assuntos Jurídicos.
De acordo com ela, o réu (Neivaldo), apresentou as guias de recolhimento do valor do cheque, aos cofres públicos, no dia em que foi ouvido pela Promotoria de Justiça. Segundo ela, o valor foi devolvido a prefeitura no início das investigações.
“O município não foi ouvido! Tem coisas para serem apuradas e ninguém está discordando disso, mas a justificativa utilizada para afastar o prefeito desse município é muito frágil e muito tênue. Desculpe-me, não há nenhuma comprovação e a justificativa é de uma singeleza extraordinária. Me desculpem, até a forma como estou me manifestando, mas quem trabalha com justiça, seja advogado, juiz ou promotor, tem que ter sempre a mesma conduta: a lei acima de tudo, e neste caso bastava um ofício para a prefeitura e tudo isso estaria resolvido”, disse Maria Cristina Dias.
Ao final, ela lembrou que com a posse do novo prefeito, João Eduardo Barbosa Pacheco, os cargos de confiança ficam a disposição.