O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta sexta-feira, 11, que o Estado de São Paulo entra na reta final para produzir a primeira vacina brasileira contra a dengue. Após autorização da Anvisa, solicitada pelo governo paulista, o Instituto Butantan, dará início à terceira fase de testes clínicos em humanos, última etapa para obter o registro da vacina e, assim, disponibilizá-la na rede pública para campanhas de imunização em massa.
“Vamos dar mais um grande passo, inédito na ciência brasileira. Por meio do Instituto Butantan, que é o maior instituto soroterápico da América Latina, já foi feita a fase um, que é a fase de segurança, utilizado o vírus atenuado da dengue. A fase dois, que é a segurança e resposta imunológica, foi feita no Butantan e no Hospital das Clínicas. E, hoje, a Anvisa deu autorização para a fase três, que é a ultima fase”, explicou Alckmin. “Estamos com uma grande possibilidade de termos uma vacina com uma dose única para todos os quatro tipos de vírus”, disse.
Os estudos clínicos envolverão 17 mil voluntários em 13 cidades, nas cinco regiões brasileiras. A perspectiva é vacinar o número total de participantes em até um ano. Os resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o Governo do Estado e o Butantan avaliam ser possível ter a vacina disponível até 2017.
A vacina do Butantan tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. O objetivo é que a vacina gere forte resposta imunológica, mas que não tenha capacidade de provocar dengue.
Nesta fase da pesquisa, os estudos visam a comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica e nem o participante saberá se tomou a vacina ou o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e se quem tomou o placebo contraiu a doença.