A França quer lançar em 2020 um satélite para medir a distribuição de dióxido de carbono (CO2) na superfície da Terra, anunciou a ministra do Meio Ambiente francesa, Ségolène Royal, na 21ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris. Mais um projeto para a construção de outro satélite, franco-alemão desta vez, foi também anunciado, para medir com precisão sem precedentes as concentrações de metano na atmosfera.
O CO2 é o principal gás de efeito estufa gerado pela atividade humana. O metano, produzido pela decomposição da matéria orgânica, é o segundo mais importante gás de efeito estufa, mas a sua contribuição para o aquecimento global é 25 vezes maior do que a do CO2, ou seja, uma unidade de metano equivale a 25 unidades de CO2.
O satélite francês, que faz parte do projeto MicroCarb, do Centro Nacional de Estudos Espaciais francês (Cnes), será inicialmente financiado em 25 milhões de euros pelo governo, sendo que o custo total passa de 175 milhões de euros. O projeto franco-alemão é denominado Merlin e o satélite será fabricado pela Airbus, estando prevista uma despesa de 250 milhões de euros.
MicroCarb e Merlin serão os “vigias do clima”, mas não irão “se fazer de polícias”, disse ontem (8) o presidente do Cnes, Jean-Yves Le Gall, considerando que não cabe aos cientistas monitorar se os países estão cumprindo os compromissos de redução de gases de efeito estufa.
A COP21, que ocorre até sexta-feira (11) em Paris, reúne representantes de 195 países. Eles buscam um acordo legalmente vinculativo sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa que permita limitar, até 2100, o aquecimento da temperatura média global da atmosfera a 2 graus Celsius acima dos valores registrados antes da Revolução Industrial.
Quanto às medidas para evitar o superaquecimento da Terra, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou que vai investir US$ 23 bilhões em seis refinarias nos próximos três anos, para torná-las mais eficientes e reduzir as emissões de gases poluentes.