Um homem morreu vítima do incêndio de grandes proporções que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, na região central de São Paulo, na tarde de ontem (21). O bombeiro civil que trabalha no museu e tentou controlar o foco de incêndio teve queimaduras pelo corpo, foi socorrido e levado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.
O museu estava fechado para o público nessa segunda-feira. O Museu da Língua Portuguesa fica na Praça da Luz e tem três pavimentos e uma área de 4,3 mil m².
O fogo tomou conta de boa parte do museu. As chamas eram muito altas. A Estação da Luz do Metrô teve que ficar fechada.
Marcos Palumbo, coronel do Corpo de Bombeiros, disse que o incêndio começou no primeiro andar e passou para os andares superiores.
“As chamas se propagaram de forma muito rápida. Tivemos a notícia que o incêndio começou e se propagou rapidamente até pela estrutura de madeira, material plástico e borracha que compõem o museu. Isso faz com que o fogo se propague rapidamente”, disse Palumbo à GloboNews.
O prédio onde fica o museu foi inaugurado em 1901. Já o Museu da Língua Portuguesa foi inaugurado oficialmente no dia 20 de março de 2006 e abriu suas portas ao público no dia 21 de março daquele ano. Em seus três primeiros anos de funcionamento mais de 1,6 milhão de pessoas já visitaram o espaço, consolidando-o como um dos museus mais visitados do Brasil e da América do Sul.
Isa Ferraz, curadora do Museu da Língua Portuguesa, diz que o incêndio é “uma tragédia”. “O museu é fruto de um trabalho de muitos anos de uma equipe multidisciplinar para criar algo completamente novo. O museu mudou paradigmas e virou referência internacional. Foi revolucionário não só pela tecnologia e formato, mas pela maneira de encarar a língua portuguesa. Temos todos os arquivos de todo o conteúdo.”
A curadora disse que o museu em uma linha do tempo de 33 metros que reconstitui todo o caminho da língua portuguesa, africana e ameríndia até se encontrar no Brasil. “Tudo isso pode ser recuperado. Vai ter de remontar os filmes. Temos muita coisa em back up.”