Ao olharmos para 2016 temos algumas poucas certezas, entre elas a de que a indústria da mobilidade continuará a fazer a lição de casa para manter as empresas produtivas. Essa é uma questão vital para qualquer setor produtivo, que foi muito bem retratada no Congresso Sae Brasil este ano, que teve esse tema para os debates.
Sim, produtividade sempre foi e sempre será tarefa da indústria, que jamais deixou de realizá-la por razões óbvias, mas a competitividade, que gera as condições necessárias para a sobrevivência das empresas e a saúde de qualquer economia, depende principalmente de ações do governo.
Como brasileiros e como participantes de um segmento industrial tradicionalmente forte e representativo no PIB brasileiro, aguardamos com ansiedade essas ações. A lição de casa do governo bem poderia começar por um acordo nacional para solucionar a crise política que paralisa nossa economia, e seguir com a aprovação urgente de um pacote fiscal.
Um cenário mais positivo é tudo o que os mercados precisam para reverter a expectativa de alta do dólar e ajudar no controle da inflação.
Precisamos ser competitivos agora para aproveitar nossa capacidade ociosa, que supera 50%, e gerar excedente de produção para o mercado externo. Exemplos de países que têm aumentado o excedente de produção não faltam mundo afora, mesmo com diferenças de vantagens e desvantagens entre eles. Por que não o Brasil?
É fato que isso não se constrói da noite para o dia, mas é preciso começar. A indústria brasileira tem vocação para crescer, só precisa para isso competir em condições de igualdade com os mercados internacionais.
Acredito que, uma vez definido e estruturado o caminho para a competitividade, 2016 poderá ser o ano da retomada, o ano em que vamos alicerçar um futuro melhor para a indústria local. Basta a lição de casa ser feita.
*presidente da Sae Brasil.