Luiz Gonzaga Bertelli*
No início do ano, as pessoas costumam refletir sobre seus objetivos para o novo ciclo que se inicia. Com as empresas, isso também acontece. O planejamento estratégico define quais as principais metas a ser alcançadas, e os executivos e seus colaboradores devem atuar em função do escopo definido. Em épocas de instabilidade econômica, questões de falta de mão de obra qualificada podem trazer ainda mais prejuízo às empresas que não investirem na formação de jovens talentos. É por isso que muitas organizações públicas e privadas apostam no estágio e na aprendizagem como o caminho mais rápido para adequar os jovens ao mercado de trabalho. A formação prática alinha os conhecimentos técnicos aos teóricos, o que facilita a compreensão do mercado e a atuação na própria empresa.
A questão de mão de obra qualificada é hoje um sério problema que pode atravancar o crescimento de empresas brasileiras em setores fundamentais como na área tecnológica, por exemplo. Entidades de classe apontam a necessidade de formação urgente de profissionais como engenheiros e técnicos de tecnologia da informação mesmo em época de crise, pois são carreiras em que o conhecimento se renova a todo o momento. Um país que quer crescer, não pode ficar a mercê de profissionais mal preparados, que não tenham um cabedal de informações atualizados, principalmente nessas áreas de excelência.
O estágio e a aprendizagem são mecanismos que ajudam na qualificação profissional. No caso do estágio, os estudantes podem trazer à empresa uma série de inovações discutidas por profissionais gabaritados, com novas experiências, oxigenando o ambiente laboral. Na aprendizagem, o jovem que entrar em contato com determinada área, poderá buscar uma formação mais completa na universidade, o que facilitará o processo de aprendizagem já que ele estará atuando com determinada profissão.
Com isso, o país será o grande beneficiado, diminuindo sobremaneira a grande taxa de desocupação de nossos jovens, aqueles famosos personagens da geração nem (aqueles que nem trabalham nem estudam), mais suscetíveis ao contato com drogas e com a violência.
O CIEE, entidade que há 52 anos vem facilitando a inserção de milhões de jovens no mercado de trabalho por meio do estágio e da aprendizagem, acredita que a qualificação dos jovens é um reforço considerado para que o país consiga sair dessa instabilidade econômica, fazendo com que as empresas, tanto de serviços quanto indústrias, tomem um novo rumo, via crescimento. O estágio pode ser realizado por estudantes com 16 anos ou mais que estejam matriculados no ensino médio, técnico, tecnológico e superior, em todas as áreas do conhecimento. Na aprendizagem, o CIEE, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, oferece o programa Aprendiz Legal, que forma jovens de 14 a 24 anos, facilitando às empresas, de grande e médio porte, o cumprimento das exigências da Lei da Aprendizagem. É por tudo isso que incentivamos a abertura de vagas para os jovens, facilitando às empresas a formação de seus próprios talentos. Afinal, colaborador capacitado compensa o valor investido em pouco tempo de produção.
*presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História (APH).