A cheia do Rio Paranapanema provocada pelas chuvas que atingem o Oeste Paulista nos últimos dias alagou o Balneário Municipal de Teodoro Sampaio. O prefeito Ailton César Herling (PR) acredita que a água tenha avançado por 150 metros, o que fez com que fossem atingidas também antigas jazidas de argila.
O chefe do Executivo teme que a água invada a vila de pescadores Nossa Senhora dos Navegantes, onde 22 famílias residem. Ele disse que os moradores já foram comunicados sobre a cheia e, caso haja necessidade, está preparando escolas e ginásio de esportes para receber eventuais desabrigados.
A empresa Duke Energy, que administra oito das 11 usinas hidrelétricas instaladas ao longo do Rio Paranapanema, informou ontem, 13, que as chuvas sobre a bacia estão bem acima da média histórica para o período e têm se traduzido em aumento da vazão natural.
A média histórica de precipitação para o mês de janeiro na região da Bacia do Rio Paranapanema é de 189,80 mm. No entanto, até o dia 12, já foram registrados 193,10 mm em janeiro de 2016. Os dados foram fornecidos pela Duke Energy.
“Apesar de elevada e acima do comum, esta vazão é ainda menor do que ocorreria se não fossem as hidrelétricas, em especial as usinas de Jurumirim, Chavantes e Capivara, que estão represando uma parte do volume de chuvas que tem caído na região. Graças aos seus reservatórios de acumulação, que funcionam como uma grande caixa d´água, há condições para, sempre que possível, praticar vazões menores do que a vazão natural do rio. Isto é, o reservatório libera menos água do que está chegando, contribuindo, assim, para amortecer o pico das cheias”, explicou a companhia.
Ainda conforme a Duke Energy, o controle de vazão dos reservatórios é baseado em estudos diários desenvolvidos em conjunto entre a concessionária e o Operador Nacional do Sistema (ONS), entidade responsável pela coordenação das operações em todas as usinas do Brasil.
“Mesmo com essa capacidade de liberar menos água do que está chegando, é notório que o nível de precipitação se encontra bastante elevado, por isso é muito importante reforçar a necessidade de atenção nos pontos próximos às margens do rio. Em novembro, a vazão do Rio Paranapanema para os reservatórios das usinas Chavantes e Capivara foi cerca de 300% maior do que a média histórica para este mês e em dezembro, 240% maior”, informou.
Ontem, o reservatório de Chavantes registrou 96% de seu volume normal de operação e o de Capivara, 100%. Para o controle de nível, a Duke Energy está praticando a geração total das usinas e vertendo as seguintes vazões: 2.000 m³ por segundo, em Chavantes, e 14.100 m³ por segundo, em Capivara. Todas as usinas sob a concessão da companhia no Paranapanema (Jurumirim, Chavantes, Salto Grande, Canoas I, Canoas II, Capivara, Taquaruçu e Rosana) operam normalmente.