2015 não foi um ano fácil para a economia brasileira. A inflação acelerou e voltou à casa dos dois dígitos, os juros atingiram a maior marca em nove anos e o desemprego nunca esteve tão alto desde 2009. Com a crise econômica deixando o bolso do consumidor mais vazio, muitos brasileiros não conseguiram pagar suas contas e passaram a integrar o cadastro de inadimplentes. Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), quase 40% da população adulta está com o CPF restrito por causa de pagamentos atrasados. Para quem faz parte dessa estatística, o início de um novo ano é sempre um momento propício para colocar as contas no azul.
A palavra de ordem para 2016 é: planejamento, dizem os especialistas do SPC Brasil. Passada a época das festas de fim de ano, o consumidor se depara com uma série de obrigações tributárias, como IPTU, IPVA, matrículas escolares, entre outras despesas, que se não são bem administradas podem atrapalhar o controle do orçamento para o restante do ano.
IPTU E IPVA: PAGAR A VISTA OU PARCELADO? Os especialistas do SPC Brasil explicam que a decisão de pagar o IPTU e IPVA a vista ou parcelado depende de uma avaliação criteriosa. Antes de tudo, o consumidor deve calcular se o desconto obtido no pagamento das contas a vista é maior do que o valor que esse dinheiro renderia caso estivesse em alguma aplicação financeira. No caso do IPTU, que tem como alternativa o pagamento em 10 meses na maioria dos municípios, o pagamento a vista será vantajoso se o desconto for superior a 2,64%, considerando uma aplicação que renda 0,6% ao mês, como é o caso da poupança. E no caso do IPVA, que tem como alternativa o pagamento em três meses, basta que o desconto supere os 0,6%.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, orienta que mesmo que consumidor tenha condições de pagar a vista, ainda assim ele precisa fazer contas para descobrir se é mais vantajoso aplicar o dinheiro resgatando todos os meses o valor de cada parcela ou quitar a dívida recebendo o desconto oferecido. No caso dos consumidores que têm aplicações e pretendem usar esse dinheiro para pagar o IPTU ou IPVA, é preciso ficar atento as taxas e as penalidades cobradas pelo resgate antecipado do valor, pois eles podem anular o benefício do desconto.
Já quem não tem dinheiro guardado deve inevitavelmente pagar a prazo e iniciar um planejamento para quitar essas despesas em 2017 sem passar por sufoco. A sugestão da economista do SPC Brasil é que para os próximos anos, o consumidor vá separando todo mês um determinado valor para quitar os compromissos sazonais. “O ideal é deixar a quantia separada de seus rendimentos mensais, assim o consumidor não cai na tentação de gastar o dinheiro com outras finalidades”, garante a economista.
CONSUMIDOR PODE CONSULTAR SEU CPF – O consumidor tem duas maneiras de descobrir se está inadimplente. Indo até um balcão do SPC Brasil ou consultar seu CPF pela internet. Pessoalmente: Basta comparecer ao balcão de atendimento mais próximo portando CPF original e documento com foto. Os endereços dos Postos de Atendimento estão no site do SPC Brasil. São mais de 2.200 em todo o país: https://www.spcbrasil.org.br/consumidor/postos-atendimento
Ao realizar a consulta, o consumido recebe um extrato com os dados cadastras da empresa credora e o valor da dívida. A partir daí, ele pode entrar em contato direto com a empresa e dar inicio a uma renegociação ou quitar o débito pendente. Internet: quem preferir pode comprar créditos (mínimo de R$ 9,90) e pagar por uma consulta de CPF na loja online do SPC Brasil. Cada consulta custa a partir de R$ 6,01 e com o crédito excedente, o consumidor pode adquirir outros serviços ofertados na página. https://spcnet.com.br