A prosperidade – conforme os dicionários Michaelis e Priberan – pode ser simplesmente definida como acúmulo de bens materiais, riquezas e farturas, mas prefiro o conceito expresso no “dicionarioinformal.com.br” que define prosperidade como o “estado ou qualidade de próspero, feliz, abastado, que está em plena ascensão. É um conjunto de situações envolvendo saúde física, mental, financeira, ambiental e social. É uma pessoa saudável – equilibrada – em todas essas áreas da vida. ”. 

Neste contexto, pode-se citar autores como Gustavo Cerbasi, consultor de finanças pessoais, escritor de livros como “Casais inteligentes enriquecem juntos”, “Como organizar sua vida Financeira”, “Dinheiro o segredo de quem tem”, que traz um modelo onde o estilo de vida é incluído no orçamento doméstico, portanto, as refeições fora do lar, o cafezinho, a esticada no final de semana, presentes, são permitidos em nome de uma vida mais equilibrada – desde que respeitados os limites da renda da família.
E, para reforçar, Samy Dana, doutor em administração de empresas, professor da FGV, comentarista da Globo News que aborda, entre outros pontos, o consumo consciente. Dana sugere, por exemplo, incluir uma noite de sono entre a decisão da compra por um produto e o fechamento do contrato, segundo o autor, evita-se a compra por impulso reduzindo em até 80% este tipo de consumo.
Respeitando as peculiaridades de cada autor, pode-se dizer que todos concordam quanto a necessidade de refrear impulsos de consumo, gastar menos do que se ganha, contrair dívidas de forma consciente (de preferência não contrair nenhuma), guardar dinheiro para realizar sonhos e preparar-se para imprevistos, ou seja, equilíbrio.
A prosperidade no sentido desse equilíbrio em diferentes áreas da vida talvez justifique o fato de pessoas que ganhavam salário mínimo, crescerem nas áreas pessoal e profissional e, hoje serem pessoas capitalizadas, em ascensão, prósperas e, enquanto outras, pela falta deste comportamento, perdem tudo; ou acumulam bens materiais, mas lhes falta contentamento.
O britânico Michael Carroll é um exemplo desta falta de equilíbrio (prosperidade). Ele trabalhava como lixeiro, aos 19 anos ganhou 26 milhões de reais na loteria, gastou tudo com mulheres, carros e drogas e, quando a fortuna acabou, ele pediu o emprego de lixeiro de volta para sustentar as duas filhas. No outro extremo, existem aqueles que, por força maior, perderam tudo o que foi acumulado materialmente, entretanto o comportamento próspero os levou a recuperar e ampliar tudo o que tinham conquistado (Walt Disney, Henry Ford, Abraham Lincoln, Soichiro Honda).
Que 2016 seja oportunidade de repensar hábitos e comportamentos, de entender que o dinheiro é um potencializador. Afinal nossos filhos, pares, colegas de trabalho, parceiros, funcionários e clientes, precisam do olhar humano, empático, solidário, para que elos de relacionamento e confiança sejam estabelecidos, necessidades e desejos sejam verdadeiramente entendidos e que negócios sustentáveis sejam construídos.

 

*consultor de empresas; professor executivo FGV/ABS – consultoriaempresarialjk@gmail.com