Novas declarações da Coreia do Norte sobre o teste de uma bomba de hidrogênio estão atraindo medo e ceticismo de políticos e especialistas. Mesmo que o país não seja considerado uma superpotência nuclear, é aceito que eles possuam algumas ogivas nucleares, ainda que sem a tecnologia de mísseis necessária para lançá-las. Mas, afinal, qual é a diferença entre a conhecida bomba atômica e a bomba de hidrogênio?
Pode parecer estranho, mas, na verdade, as duas são bombas atômicas. O que as difere é como cada uma obtém energia dos átomos. Além disso, nem todas as armas nucleares são feitas da mesma forma. Apesar de as bombas atômicas, como as lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial, serem extremamente destrutivas, bombas de hidrogênio podem ser pelo menos mil vezes mais fortes que suas antecessoras.
Fissão vs. Fusão
A diferença entre a bomba atômica e a de hidrogênio é que uma faz a fissão nuclear e a outra a fusão.
Na bomba atômica, ocorre a fissão, que é a reação causada no choque entre um nêutron e um núcleo instável. Como resultado, temos a quebra deste núcleo – por isso o nome “fissão”, que significa divisão. Esse processo causa uma reação em cadeia, em que novos nêutrons vão se chocar com outros núcleos instáveis, causando novas fissões.
Para entender melhor: pegue um prato e pese. Agora, quebre-o em pequenos pedaços e coloque tudo novamente na balança. Se você não deixou nenhuma lasca de fora, o peso da matéria é o mesmo, certo? Mas isso não é o que ocorre aqui. Quando o núcleo se quebra, uma quantidade de massa se transforma em muita energia!
Voltando para a já conhecida bomba jogada na cidade japonesa de Hiroshima, você imagina a quantidade de matéria quebrada para causar tamanha destruição e 140 mil mortes? Apenas 1 kg!
Se você está surpreso, saiba que as bombas de hidrogênio têm um poder ainda maior: nelas, a fusão nuclear ocorre com a união de núcleos, que dão origem a novos elementos químicos. Isso é possível através da colisão de átomos, que, juntos, formam outro, mais pesado. Esse processo libera energia e, dependendo, pode gerar nêutrons livres. Entretanto, isso não acontece de forma natural, já que os campos eletromagnéticos se repelem. É preciso alta pressão e temperatura para que ocorra a colisão.
A Coreia do Norte tem mesmo uma bomba de hidrogênio?
Muitos especialistas estão desconfiados desta possibilidade. Para Jeffrey Lewis, do Instituto Internacional de Estudos Nucleares, armas termonucleares são complicadas, exigindo experiências e testes. Ele acredita que um cenário mais tecnicamente plausível é que a Coreia do Norte possa estar experimentando combustíveis de fusão, como deutério e lítio, para aumentar o rendimento de uma explosão de fissão.
De qualquer forma, ninguém quer pagar para ver.
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