Foram 3,7 bilhões de litros de água potável, suficientes para abastecer quase 400 mil pessoas por um mês inteiro. É o volume desviado por fraudes, segundo balanço de irregularidades flagradas pela Sabesp de janeiro a dezembro de 2015. Essa água é suficiente para abastecer uma cidade do porte de Diadema por um mês. O valor cobrado dos fraudadores foi de R$ 32,6 milhões.
A Sabesp detectou 19,2 mil fraudes no ano passado, nos municípios atendidos pela companhia na Grande São Paulo e na Região Bragantina. Vários fatores levaram a esse aumento geral de 24% de irregularidades identificadas com relação a 2014, sendo 37% maior em indústrias e 16% em comércios, setores que geralmente consomem mais água e com tarifa mais elevada, além de 20% em residências. Para os fraudadores identificados, a Sabesp cobra pelo que foi desviado, recuperando a água fornecida e não paga.
Com cerca de 52 casos flagrados por dia, o volume recuperado foi de 3,7 bilhões de litros e o valor total dessa água furtada saltou de R$ 17,4 milhões em 2014 para R$ 32,6 milhões no ano passado, aumento de 87%. Com apoio da polícia, os fraudadores são levados à delegacia e indiciados por furto. Em 2015, foram gerados 507 boletins de ocorrência. A pena para esse crime é de um a quatro anos de reclusão, além da aplicação de multa.
A fraude prejudica toda a população. Quem comete o crime não se preocupa com o desperdício, já que não vai pagar pelo alto consumo. É comum entre fraudadores deixar torneiras abertas e não consertar vazamentos. Isso se torna ainda mais grave diante da pior seca da história da Região Metropolitana de São Paulo registrada em 2014 e 2015.
Para identificar o crime, a Sabesp trabalha com as equipes de caça-fraude, que acompanham o consumo e vistoriam os imóveis. Além disso, conta com a colaboração dos próprios moradores, que podem relatar casos suspeitos pelo 195 ou pelo Disque-Denúncia (telefone 181), cuja chamada é gratuita e não exige a identificação de quem telefona.