Era uma vez uma senhora. De coque, óculos, roupas escuras compridas, expressão séria, pedindo, incessantemente, silêncio, com um dedo na frente dos lábios. Shh! Era a bibliotecária. Essa personagem ainda existe? Acredito que sim. Xii.
Felizmente, hoje a maioria está bastante diferente. Bibliotecárias e bibliotecários celebram seu dia em 12 de março. Trabalham em bibliotecas, centros de informação e documentação, museus, arquivos, empresas, televisão, ONGs, editoras, centros culturais. Descobriram que seu papel principal não era ser coadjuvante, apenas ordenando livros, fazendo da biblioteca um depósito, nem ser aquela pessoa mal humorada que quer silêncio absoluto. Os bibliotecários são protagonistas no universo da informação. Continuam colaborando na história de todos os profissionais, atuantes ou em formação, para que encontrem a informação necessária, seja no labor seja no lazer. Aliás, bebês e crianças de todas as idades também podem se beneficiar das qualidades, do conhecimento e do trabalho dos bibliotecários.
Aposentados e idosos também. Quem gosta de ler já sabe do que estou falando. Quem não gosta (ainda) pode se (re) descobrir ao encontrar um bom profissional da biblioteconomia e ciência da informação.
Aliás, muitos ainda pensam primeiro na biblioteca de livros impressos. Entretanto, o bibliotecário trabalha com diferentes mídias: os tradicionais livros impressos, periódicos, e-books, bases de dados virtuais, on-line, para diferentes tipos de públicos. Inclusive livros transformados do texto impresso ou braile para voz, livros “falados”, para cegos ou deficientes visuais. Bibliotecários promovem o livro e a leitura, preparam eventos culturais, são palestrantes, oferecem capacitações para estudantes, pesquisadores e interessados, coordenam exposições, escrevem artigos, buscam instruir e dar autonomia aos usuários das bibliotecas, ao mesmo tempo em que objetivam compartilhar com eles as novidades conforme a(s) área(s) de interesse de seu público alvo.
E a biblioteca não é feita só pelo bibliotecário. O que seria dele se não tivesse a parceria tão necessária dos auxiliares (e/ou técnicos, e/ou assistentes)? Enquanto um trata a informação, o outro organiza fisicamente. Todos em busca da melhor forma de atender o leitor e/ou pesquisador. Se existe uma obra disponível, é necessário cuidar dela para que seu leitor a encontre. Se existe um leitor, é necessária dedicação para eficaz e eficientemente atendê-lo. É o que ensinou Ranganathan, matemático, bibliotecário e pai das cinco famosas leis da biblioteconomia.
Outro importante personagem na história das bibliotecas é Dewey, pai da Classificação Decimal mais utilizada nas bibliotecas de todo o mundo.
No Brasil o destaque vai para Manuel Bastos Tigre, considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil, nasceu em 12 de março, o que motivou a escolha da data comemorativa da profissão.
*bibliotecária do Biblioteca do IPMet – Centro de Meteorologia de Bauru da Unesp.