Manifestantes favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff montaram acampamento na Avenida Paulista, em São Paulo. As 33 barracas ocupam parte da calçada em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A entidade tem apoiado os protestos contra o governo.
A advogada Patrícia Bueno (35 anos) disse que participam dos atos no local desde quarta-feira (16). “A Dilma deu um tapa na cara de todos os brasileiros ao nomear o Lula para ser ministro, uma pessoa que está com risco de ser presa a qualquer momento”, disse sobre a indicação do ex-presidente para ministro-chefe da Casa Civil.
Após a posse de Lula, houve um protesto em frente a Fiesp, que exibia uma faixa luminosa pedindo a renúncia de Dilma. Uma parte dos manifestantes permaneceu em vigília no local, ocupando os dois sentidos da Avenida Paulista, até a manhã de sexta-feira (18), quando foram retirados pela Polícia Militar.
Foram usados jatos de água e bombas de gás na operação. Havia o temor de que houvesse confronto com os participantes do ato em apoio ao governo, que aconteceu na avenida na noite de sexta-feira. Na quinta-feira (17), um apoiador do PT havia sido agredido ao tentar discutir com o grupo pró-impeachment.
Segundo Patrícia, o lugar foi escolhido pelo abrigo oferecido pela marquise do edifício. “Poderia ser em qualquer outro lugar, mas aqui, no prédio da Fiesp, tem uma sombra grande”, disse. Por volta das 14h foi servido um almoço comunitário. “A gente está recebendo muitas doações de frios, pães, frutas e a água.
Apesar de Patrícia fazer parte do movimento Endireita Brasil e líderes de outros grupos pró-impeachment frequentarem o local, ela afirma que a manifestação é espontânea. “Eu não estou aqui pelo Endireita, estou como uma cidadã. Aqui não tem nenhum movimento apoiando ou coordenando. São as pessoas que decidiram estar aqui”, ressaltou.