O ex-líder do MST, aliado histórico e amigo de Lula, José Rainha Júnior, veio pessoalmente na manhã desta segunda-feira, 7, tentar dar um abraço de solidariedade no ex-presidente. Apesar dos muitos anos de relacionamento – Rainha e Lula conheceram-se em 1978 e lutaram juntos pela reforma agrária -, o líder não foi imediatamente chamado a entrar na sede do Instituto Lula. Ficou por mais de uma hora do lado de fora, onde chegou a se sentar na calçada ao lado de jornalistas que fazem plantão em frente ao edifício. Depois da espera, Rainha foi recebido pelo presidente do instituto Lula, Paulo Okamotto, e pelo diretor Luiz Dulci. Lula chegou ao prédio do Instituto antes de Rainha sair, mas não recebeu o amigo. Okamotto falou durante a manhã sobre a investigação feita pela Operação Lava Jato no Instituto. O ex-presidente se reúne nesta segunda com aliados políticos e com a direção do instituto para traçar estratégias depois do depoimento forçado à Lava Jato, na sexta-feira, 4. Mesmo após a tentativa frustrada, Rainha continuou defendendo o amigo de velhos tempos. “Lula é companheiro nosso de história, cumpriu a pauta dos trabalhadores rurais no governo dele. Achamos abuso de autoridade a criminalização. O que a Lava Jato fez foi juntar a gota d’água que faltava pra encher o copo. Eles deram um tiro no pé, atiçaram a massa (favorável a Lula) e vai vir a periferia, juntaram a fome e vontade de comer”, disse Rainha, sobre as manifestações que estão sendo organizadas para defender o ex-presidente. DEFESA Ele também reclama da diminuição de recursos para Minha Casa, Minha Vida e outros programas sociais. “É impressionante como ela (Dilma) fez essa ginástica toda para cortar as verbas dos programas, mas continua pagando a dívida pública. Ela tem que retomar a auditoria da dívida” disse Rainha. “Fazer o que a Dilma está fazendo hoje com os trabalhadores é inadmissível”. Além de dar um abraço em Lula, Rainha queria chamar o ex-presidente para uma manifestação pela reforma agrária em Bauru, no interior paulista. “Vamos colocar lá 5 mil (manifestantes), se o Lula for, conseguimos 10 mil, só o FNL”, argumentou após o encontro com os diretores do instituto. No discurso de sexta-feira, na sede do PT, após o depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente se colocou à disposição para sair pelo País a convite dos movimentos sociais.
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