Líderes de partidos da oposição na Câmara anunciaram que entraram com três representações na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo ao órgão que investigue a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, os ministros Edinho Silva (Comunicação Social) e Jaques Wagner (chefe de Gabinete da Presidência), com base nos grampos de conversas telefônicas entre eles divulgados com autorização da Justiça na semana passada.
Uma das representações será mais “ampla” e pede a investigação de Dilma, Lula, Wagner e Edinho por obstrução da Justiça. Nas outras duas, eles acusam separadamente o chefe de Gabinete da Presidência e o ministro da Comunicação Social de crime de advocacia administrativa e atos de improbidade administrativa, por terem colocado seus cargos à disposição para que Lula assumisse.
Para o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), as conversas telefônicas interceptadas e divulgadas posteriormente mostram que Dilma e os ministros usaram seus cargos para defender interesses particulares. “Isso é muito grave. A Presidência da República está tentando obstruir a Justiça”, afirmou. “O PT e o Palácio do Planalto estão usando a Presidência como se fosse a sede do partido”, criticou o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM).
Os líderes da oposição criticaram a decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar em decisão liminar que o juiz federal Sergio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, envie à Corte os áudios do ex-presidente Lula interceptados.