Um grupo de moradores dos bairros São Francisco, Santa Clara área central da cidade, nas proximidades de uma fábrica de produtos reciclados, localizada nas imediações da antiga estação ferroviária de Dracena, se reuniram na terça-feira, 8, em protesto contra o mau cheiro exalado pela indústria.
Segundo a representante dos moradores, Luciana Moreno Salvador Castro, que reside a uma quadra de distância da empresa, o problema do mau cheiro exalado ao meio ambiente pela fábrica, impregna nas roupas, paredes e está afetando a saúde dos moradores, que passaram a ter muita tosse.
“O material (plástico) é queimado mais à noite, de madrugada e nos fins de semanas”, afirma a moradora. Outra reclamação, é que a empresa por emitir resíduos poluentes nos limites da zona urbana, está funcionando inadequadamente. “Deveria ser transferida para uma área mais distante”, aponta.
Luciana informa ainda que no ano passado os moradores também fizeram protesto e encaminharam a situação ao Ministério Público do Meio Ambiente de Dracena.
EMPRESA – O proprietário da empresa, Carlos Formágio, declarou que há um termo de ajusta de conduta (TAC), estabelecido pelo Ministério Público do Meio Ambiente, para fazer as adequações nas emissões que exalam o mau cheiro.
“Existe um projeto por parte da empresa para solucionar a situação, houve problema na instalação dos equipamentos para filtragem dos resíduos e agora temos que fazer outro projeto e será preciso pedir a prorrogação do TAC, acredito que em 60 dias, a situação esteja resolvida”, disse.
Formágio acrescentou que a mudança da empresa já instalada para outro local, é um processo complexo. “A transferência de uma fábrica de reciclagem não é algo comum”, afirmou. O empresário também negou que os resíduos exalados, comprometam a saúde dos moradores.
“A empresa tem 20 anos e nunca nos exames de saúde admissionais e de demissões dos funcionários foi constatado problema de saúde respiratório dos funcionários”, afirmou.
Sobre o lançamento das substâncias aos fins de semanas e madrugada, o proprietário disse que a fábrica funciona 24 horas por dia.
CETESB – A gerente da Companhia Estadual Ambiental de São Paulo (Cetesb), de Dracena, Lígia Regina Prota, informou que a empresa já foi notificada e autuada mais de uma vez e a Cetesb continua monitorando para constatar se as emissões odoríficas continuam sendo exaladas no meio ambiente.
“Verificamos, mas não constatamos, isso não quer dizer que não pode ocorrer novamente”, afirmou a gerente, ressaltando o TAC firmado entre a empresa e o Ministério Público para solucionar a emissão do mau cheiro causado pelo plástico manipulado para a fabricação dos reciclados.