A Polícia Militar de São Paulo prepara operação para evitar o confronto entre grupos pró e contra o governo federal em atos previstos para este domingo (13). Um ato contra o governo federal está previsto para a Avenida Paulista durante a tarde. Grupos a favor do governo devem fazer protesto na Praça Roosevelt, na região central. A distância entre os dois locais é de 2 km.
O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quarta-feira (9) que somente a manifestação a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff será permitida na Avenida Paulista na tarde deste domingo porque, segundo ele, o ato foi comunicado à Secretaria de Segurança Pública há dois meses. Nove grupos contrários a Dilma pretendem se manifestar na Paulista e a estimativa do secretário é que atinja cerca de 1 milhão de pessoas.
O secretário afirmou que os movimentos a favor de Dilma ainda não comunicaram à Polícia Militar oficialmente a realização de um ato domingo. No entanto, por meio de redes sociais, a PM descobriu que eles pretendem realizar um protesto na Praça Roosevelt. Ainda não há estimativa de público por parte dos organizadores, afirmou Moraes, mas pelo tamanho do local trabalha-se com a previsão de 5 mil.
“Todos aqueles que quiserem se manifestar pró e contra o impeachment têm direito de se manifestar. Mas não é constitucional e possível, e não vamos autorizar e permitir, que dois grupos antagônicos se manifestem no mesmo local e mesmo horário. A Constituição diz que tem que ter prévia a comunicação, para que o poder público garanta transporte e segurança”, afirmou Alexandre de Moraes. “Não haverá comunicabilidade entre os grupos (opostos). A polícia vai garantir que cada um fique no seu local”, disse.
Reforço no Metrô
Segundo ele, a PM fará bolsões de segurança tática para conter pequenos grupos que por ventura tentem se encontrar. Também haverá monitoramento e a presença de policiais em estações de Metrô para evitar confusões. As estações Paulista e Consolação, por exemplo, atendem os públicos dos dois atos.
“Se percebermos que grupos antagônicos estão se aproximando a eles não será permitido o ingresso. Alguém que quer ir à manifestação contrária para gerar confusão, gerar e incitar crimes, ele não tem o direito de fazer isso”, disse Moraes.
A PM fará uma reunião no início da tarde desta quarta-feira com líderes de nove grupos contrários ao governo que irão se manifestar na Paulista. Eles pediram a colocação de oito carros de som para definir o posicionamento dos veículos. Todos os grupos contra Dilma afirmaram que não irão se deslocar. Também haverá um palco na frente do prédio da Fiesp, na Avenida Paulista. Estarão estacionadas ao longo da Paulista 12 bases móveis da PM.
No fim da tarde desta quarta-feira haverá outra reunião, com as secretarias de transporte e limpeza e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), para acertar a coordenação. Segundo Moraes, se até o final do dia os grupos do movimento a favor de Dilma não comunicarem oficialmente, a pasta os procurará para acertar detalhes e verificar se a intenção deles é fazer algum tipo de deslocamento.
Como no futebol
Questionado sobre se a PM impedirá que manifestantes com camisetas do PT ou vermelhas desçam em estações da Avenida Paulista, o secretário fez uma comparação com futebol e afirmou que, caso isso ocorra, será “solicitado educadamente” que a pessoa retire a camiseta.
“É mais ou menos como num jogo de futebol. Você não com uma camisa do Palmeira na torcida do Corinthians. Quem vai em jogo de futebol sabe que as vezes a pessoa tá com uma camisa no tom mais verde no meio da torcida, a torcida educadamente pede para tirar a camisa. Será feito da mesma forma”, disse.
Além dos protestos, está marcado para as 11 horas o jogo entre São Paulo e Palmeiras no estádio do Pacaembu, que fica próximo à Aveinda Paulista, pelo Campeonato Paulista.