A Polícia Civil, através da DIG/DISE/GOE de Dracena, prendeu ontem, 19, de manhã, a desempregada F.A.P., de 31 anos, moradora da cidade de Junqueirópolis, acusada de integrar uma associação criminosa que introduzia aparelhos de telefones celulares em penitenciárias da região.
Conforme a polícia, a investigação foi realizada em conjunto com a DISE de Itapeva (SP), sendo que havia informações de que a acusada além de embalar celulares em sua residência, também se prestava ao tráfico ilícito de entorpecentes.
A ação ocorreu durante cumprimento de um mandado de prisão temporária por 30 dias e de busca e apreensão, ambos expedidos pela Justiça de Itapeva, na residência da acusada em Junqueirópolis.
Durante os trabalhos, policiais civis verificaram que no interior da residência havia uma pia na área de serviço destinada exclusivamente para embalo de aparelhos de telefone celular.
Localizaram em outros cômodos do imóvel, vários aparelhos de telefone celulares, alguns já desmontados, além de 15 invólucros em formatos diversos, todos embalados com durepox e fita adesiva, os quais, continham aparelhos e peças de telefone celular.
Além disso, foi localizado uma anotação acerca de como era para ser feita a embalagem e qual material a ser utilizado, visando com isso ludibriar aparelhos de raio-x e detectores de metais existentes em unidades prisionais.
Também foi encontrado farto material utilizado no embalo dos aparelhos, além de várias caixas de correspondências (sedex), o que levou a investigação a acreditar que os celulares eram enviados de diversas localidades do estado para a casa da acusada, a qual era encarregada de embalá-los de forma a ludibriar o sistema penitenciário e por ocasião das visitas semanais os aparelhos eram entregues a visitantes de presos que se encarregariam de introduzí-los no órgão genital a fim de adentrarem com os mesmos nas penitenciárias da região para entrega aos sentenciados.
Os policiais civis ainda apreenderam farto material relacionado a uma contabilidade, tais como anotações de contas, dívidas, depósitos e transferências bancárias, as quais eram lançadas mensalmente e que, ao que tudo indica, envolve uma organização criminosa, fato este que será objeto de apuração durante a tramitação do inquérito policial.
Ficou ainda esclarecido que o companheiro da acusada cumpria pena por roubo em uma penitenciária localizada nesta região oeste do Estado.
A acusada foi autuada pelo crime de associação criminosa, que prevê pena de um a três anos de reclusão e pelo delito de introdução de aparelho de telefone celular em unidades prisionais, o qual comina pena de três meses a um ano de detenção.