Na véspera da apresentação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da comissão que analisa o pedido, Rogério Rosso (PSD-DF), chamou líderes partidários para acertar detalhes sobre a sessão marcada para as 14h de amanhã (5). A proposta é escolher o horário e o tempo que cada parlamentar terá para se manifestar, e definir se o colegiado vai se reunir no final de semana para esgotar os debates e votar, definitivamente, o texto na segunda-feira (11), prazo final para os trabalhos da comissão.

A base governista tem sinlizado que pode entrar com ação na Justiça questionando procedimentos na condução dos trabalhos, como depoimentos prestados antes da entrega da defesa de Dilma. Se isso não ocorrer, o calendário ajustado por Arantes e Rosso tende a ser cumprido. Os parlamentares querem otimizar o tempo.

Pelo Regimento da Câmara, cada um dos 130 integrantes da comissão (65 titulares e 65 suplentes) teria 15 minutos para falar sobre o parecer. Como pode haver um pedido de vista do parecer, o debate só poderia ser iniciado duas sessões depois da leitura das conclusões de Jovair Arantes, ou seja, a partir de sexta-feira (8).

Para dar tempo para que todos se pronunciem – em uma comissão que teve todas as reuniões marcadas por bate-bocas e tumulto – Rosso admitiu a possibilidade das discussões de sexta-feira se estenderem até domingo. A ideia é chegar na segunda (11) com a única missão de votar o texto e encaminhá-lo ao plenário da Câmara, onde, para aprovação ou rejeição do relatório são necessários dois terços dos votos da Casa.

Cerca de 30 minutos depois de iniciada a reunião, que ocorre a portas fechadas, o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), ao deixar a sala por alguns instantes, disse que não há ainda acordo sobre qualquer dos pontos. “O debate está muito acirrado. O governo quer protelar ao máximo”, disse, e voltou para a sala. Alguns líderes disseram que os debates não deveriam se estender até o final de semana.