Segundo o artigo publicado por Eduardo Cervellini, no portal Plêiade da FGV, o planejamento é uma das mais importantes armas na luta para sobreviver e crescer num ambiente competitivo. Como diz Cervellini: “o esforço para planejar hoje é dinheiro e tempo economizado amanhã”.
O planejamento, em outras palavras, é como um simulador que permite prever situações e identificar possíveis erros e acertos. É como os simuladores de voo. Obviamente é muito melhor antecipar erros neles e, se for o caso, ver o “avião cair” no simulador do que na vida real.
Ricardo Amorim em entrevista à Fecomercio-SP enfatiza que tentar prever o futuro é inevitável. Afinal “pra tomar decisões, goste ou não, temos que ter uma opinião a respeito do futuro (…) Entretanto, é preciso entender que elas podem estar erradas”, diz.
A crise política e econômica se agrava com as dificuldades em gerar opiniões mais seguras e claras sobre as tendências futuras. Como consequência, empresários e consumidores sentem-se “no escuro” e se retraem.
Neste contexto, encontramos de um lado, empresários e consumidores que perderam renda e buscam sobreviver com o pouco que lhe resta. E, do outro lado, aqueles que guardaram suas economias com receio de perdê-las em investimentos arriscados demais. Por consequência, bons projetos são engavetados, deixando de gerar novas oportunidades de negócios, empregos e renda ao primeiro grupo em dificuldades. A economia passa a girar mais devagar e gerar recessões como esta que vivemos atualmente.
Segundo Amorim, se as medidas anunciadas no governo Temer forem realmente implantadas, parte da confiança será restabelecida. Isso permitirá que empresários desengavetem seus projetos, gerando uma recuperação econômica maior que a grande maioria imagina.
Por outro lado, há análises como a do senador peemedebista Roberto Requião, que avaliou o processo de impeachment, como “monumental asneira” e equipara as propostas do governo Temer com os programas neoliberais, que afundaram na recessão, países da Europa como Itália, Espanha e Grécia.
Independentemente de qual lado estará correto, a realidade é que investir tempo em lamentações não resolverá nada. É preciso, mais que nunca, planejar, inovar e criar projetos; mesmo que estes sejam, temporariamente, engavetados ou que precisem ser refeitos em breve.
No lado otimista desta história, há dados inspiradores. Por exemplo, pesquisas divulgadas na revista do Conselho Regional de Administração (CRA) de abril/2016, concluem que 67% dos empreendedores acreditam que “a economia brasileira não terá o ano tão complicado quanto os analistas de mercado projetam”. Estes empresários apostam na capacidade de criar e inovar durante a crise.
Outras empresas complementam esta visão e reforçam que investir em pessoas ainda é o melhor caminho. A visão é que nestas repousam os diferenciais para superar a crise e a concorrência. O artigo “À prova de crise” (Exame, fevereiro 2016) aponta resultados positivos em empresas que investem na formação dos seus funcionários, como: investimentos em MBA´s, avaliações de performance e programas de sucessão estruturados.
Portanto, é hora de envolver a equipe de trabalho nos desafios estratégicos das empresas, capacitá-los para isto. É hora de recomeçar, se reinventar e planejar. É hora de se tornar “À prova de crise”.
* É consultor de empresas, professor executivo/colunista da FGV/ABS (FGV/América Business School) de Presidente Prudente.