Carlos Brás Cordeiro, 49, é carteiro nos Correios de Adamantina e entre tantas notícias boas e ruins que entrega, em correspondências, no seu ofício diário, organizou a sua própria história no livro ‘Duas Escolhas, um relato de 97 páginas onde traz sua experiência de vida em meio ao consumo de álcool e drogas, e sua superação. O livro vai ser lançado na próxima quinta-feira, 12, às 19h, no anfiteatro da Biblioteca Municipal.
O título “Duas Escolhas” é seguido do subtítulo “sobreviver à primeira para vencer a segunda”, e completa a síntese da autobiografia do escritor. Foi usuário de álcool e drogas por 15 anos, e pelo uso de drogas injetáveis contraiu hepatite, ficando seis meses sob licença-saúde do seu trabalho. O tempo serviu para refletir, repensar a conduta, tomar a atitude de mudar de vida e escrever um novo capítulo da sua história.
Na contracapa do seu livro ele escreve que viveu por quase 15 anos o uso e as consequências do alcoolismo e outras drogas. “São uma ou a pior de todas as doenças”, cita. “Totalmente dependente dessas substâncias, larguei os estudos, a adolescência, a família e qualquer perspectiva de futuro, e acabei indo para as ruas”, escreveu.
A ida para as ruas trouxe consequências amargas. Porém a situação de degradação fez despertar para a necessidade de ajuda. “Então Deus resolveu interferir e, colocando-me em suas mãos, ele me concedeu um momento de lucidez em que me conscientizei de que era doente e precisava de ajuda. Muito debilitado, coloquei a força que ainda me restava num tratamento muito difícil, mas que transformou minha vida”, cita na contracapa.
O tratamento e refúgio foi no Creres (Centro de Recuperação e Reintegração Social), em Adamantina. Buscou também apoio, referências e fortalecimento na espiritualidade, na Associação Anti-Alcoólica (AAA) e no Grupo Amor Exigente, existentes na cidade.
Agora, passados quase 20 anos em que está sob permanente recuperação e vigilância, Carlos conseguiu concluiu os estudos, finalizando o curso superior em processamento de dados, pela FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas). “Reconciliado com a família, sou funcionário dos Correios há sete anos e vivo muito feliz”, destaca.