O Centro do Professorado Paulista (CPP), através da sua sede regional de Adamantina, realizou na manhã de sexta-feira, 3, duas atividades se mobilização dos professores, com discussão sobre questões salariais e condições de trabalho, e outros desafios da área da educação.
Professores, dirigentes de instituições, autoridades e imprensa foram recebidos no encontro, pela diretora da sede regional do CPP de Adamantina, Marlene Ribeiro Esteves. Os dirigentes do CPP de Dracena e Panorama também marcaram presença na atividade, definida como um “ato de repúdio” pela forma como o Governo de São Paulo tem tratado o magistério, envolvendo profissionais ativos e aposentados, e pensionistas.
O encontro reuniu também três instituições co-irmãs, que atuam conjuntamente com a mesma pauta de reivindicações e discussões: A Associação de Professores Aposentados do Magistério Público do Estado de São Paulo (APAMPESP), o Sindicato dos Supervisores de Ensino do Magistério Oficial no Estado de São Paulo (APASE) e o Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (UDEMO).
O primeiro módulo do encontro aconteceu logo pela manhã, às 8h, com discussão sobre temas diversos, ligados à educação e ao papel do professor, e as decisões e iniciativas externas que impactam no cotidiano escolar e do magistério paulista.
O segundo módulo, mais ampliado, foi iniciado às 11h, com a participação de autoridades convidadas, entre as quais, a presidente da Câmara Municipal de Adamantina, vereadora Maria de Lourdes Santos Gil, e os vereadores Noriko Saito e Diniz Parússolo Martins. Ainda no encontro, a secretária municipal de Educação, Angela Soares – que na oportunidade representou o prefeito– e os assessores parlamentares Kleber Bragato (representante do deputado estadual Mauro Bragato) e Claudemir Cobo (representante do deputado estadual Ed Thomas).
A pauta do “ato de repúdio”, marcado pelos encontros realizados na manhã de sexta-feira, está inserida no esforço do CPP, da APAMPESP, APASE e UDEMO, em busca de reajuste salarial de 16% à categoria, abertura de concurso público em diversos cargos e outras melhorias nas condições de trabalho dos profissionais da educação.
MOBILIZAÇÃO CONJUNTA – A ação realizada em Adamantina aconteceu em todas as unidades do CPP. A dirigente do CPP local destacou como positivo o formato de encontros, dos quais têm gerado boa circulação de ideias e discussões, e muitas questões debatidas têm alcançado espaço junto à unidade central, na capital paulista, que por sua vez ajudam a compor a pauta de demandas para serem trabalhadas pelo CPP junto às autoridades e dirigentes estaduais da educação. “Não é uma luta somente por melhor salário. É uma luta pela dignidade no trabalho” destacou Marlene. “O professor precisa ser estimulado, não só financeiramente”, completou.
Segundo Marlene, um abaixo-assinado deve ser elaborado com um conjunto de reivindicações da categoria, e encaminhado às autoridades estaduais. E nesse aspecto, a dirigente pediu o apoio dos assessores parlamentares, para que atuem junto aos seus deputados, bem como solicitou apoio dos vereadores e dos representantes do poder executivo.
Desabafo – A professora Patrícia Ferreira Felice Temporim, que leciona em escolas de Adamantina, fez um desabafo e apresentou ao público questões que têm relação direta com o exercício da profissional da atividade de professor. Ela iniciou conceituando que a sala de aula é o local de trabalho do professor, e como tal, deve ser provida dos meios de segurança ao trabalhador.
Para a professora, o ruído interno e externo, e o cotidiano sob forte pressão, são pontos que deveriam ser tratado sob a lógica da saúde do trabalhador. “As salas de aula estão adoecendo os professores”, reclamou.
Para Patrícia, essas deficiências comprometem o aprendizado. “Muitas questões da educação são externas à sala de aula, mas o professor é o mais cobrado”, completou.