O Jornal Regional preparou entrevista exclusiva com o deputado federal Evandro Gussi (PV-SP), após ele ter sido escolhido líder do Partido Verde na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Gussi foi o primeiro deputado federal eleito na região da Nova Alta Paulista, residiu em Dracena e os pais dele, o advogado Reinaldo Gussi e Luci Mara moram na cidade.
Ele atentou a reportagem do Regional por telefone e posteriormente a entrevista ocorreu via e-mail. Confira.

JORNAL REGIONAL: Qual o trabalho do líder do partido na Câmara? O que significa para os cidadãos e a sigla?
EVANDRO GUSSI: Os líderes são representantes dos partidos perante a Câmara e têm algumas prerrogativas: participar dos trabalhos de qualquer comissão (mesmo daquelas em que não for integrante), orientar sua bancada durante votação em Plenário, indicar membros da bancada que irão integrar as comissões, etc.
Apenas os líderes podem se pronunciar a qualquer momento da sessão, por período proporcional ao número de membros das respectivas bancadas, com o mínimo de três e o máximo de dez minutos.
Além disso, toda semana os líderes partidários se reúnem para discutir a pauta de votações e definir quais projetos vão ser prioritários naquele momento.

JR: Mesmo com pouco tempo de atuação política, como foi à indicação do nome do senhor a líder do PV em Brasília?
GUSSI: A eleição do novo líder se deu por votação unânime da Bancada do PV.

JR: Qual a principal meta que o senhor buscará como líder do partido?
GUSSI: Nós vivemos um dos momentos mais delicados no cenário político e econômico nacional. Nosso principal problema social, hoje, é o desemprego crescente que afeta as famílias. Minha intenção como líder é contribuir, dialogando sempre com os demais deputados da Bancada, para esse momento de recuperação nacional que está se desenhando. Trabalharei com todo afinco necessário para o desenvolvimento da nossa região e também para a retomada do crescimento brasileiro.

JR: O que a nossa região, que nunca teve um representante na Câmara dos Deputados, pode esperar do senhor?
GUSSI: Durante a minha campanha e a do deputado Reinaldo Alguz dissemos que iríamos trabalhar, incessantemente, pela nossa unidade regional. Havia muita competitividade entre as cidades na nossa região e o que queremos – e estamos conseguindo mostrar – é que isto não é necessário. Se acontece algo bom em uma cidade, isso reflete em toda região. A cidade que recebe um benefício também contribui para as vizinhas.
Ao lado disso, nós também temos trabalhado no sentido de viabilizar recursos para a nossa região. Só para a Santa Casa de Dracena, por exemplo, eu e o deputado Reinaldo Alguz destinamos mais de R$ 1 milhão. Essa foi a maior verba da história da Santa Casa.

JR: Como o senhor analisa a gestão do governo Temer, o que espera?
GUSSI: É cedo para fazermos qualquer análise. Ele assumiu a menos de um mês e ninguém consegue fazer nenhum tipo de transformação nesse período. O que nós percebemos é que ele mostrou uma grande disposição de diálogo com o Congresso Nacional. Nós temos sido convidados para reuniões onde podemos conversar, ouvir, dialogar e colocar as nossas posições.
Percebemos também que, no cenário econômico, estamos lidando com uma postura de realismo. Isso nos traz uma esperança muito grande no sentido de que as medidas econômicas que estão sendo e vão ser aplicadas podem, de fato, trazer os resultados positivos para a nossa economia.
Um tema importante foi a aprovação da nova meta fiscal recentemente. Infelizmente o governo da presidente afastada Dilma Rousseff deixou um rombo de R$ 170 bilhões – o pior déficit nas últimas décadas. Isso exigirá um trabalho muito grande para que seja revertido no futuro. Porém, a provação da meta significa a possibilidade de retomada da credibilidade do Brasil.
O mercado quer ver posições realistas da economia brasileira. É como eu digo: se nós não sabemos qual é a doença de uma pessoa, nós não podemos tratá-la. Na economia é a mesma coisa.

JR: Sobre a instalação da usina fotovoltaica em Dracena, qual a posição do senhor? E, em razão da dificuldade econômica pela qual passa o País, poderá haver algum prejuízo com relação ao projeto na nossa cidade?
GUSSI: Parece-me que não há nenhum tipo de comprometimento ou prejuízo com relação à instalação da Usina até porque ela conta com investimentos estrangeiros. Vale destacar a grande participação do deputado Reinaldo Alguz nessa iniciativa. Foi através dele que foram realizados os primeiros contatos desse grupo de empresários com o prefeito e outras autoridades. Todo o trâmite burocrático segue normas muito exigentes, mas nós intercedemos para que ele aconteça no prazo mais ágil, da maneira mais competente. E isso vai ser muito importante, pois vai colocar a nossa região no mapa do desenvolvimento sustentável, uma vez que nós estamos falando de uma energia limpa, agregadora de valor socioambiental.