O Brasil tem fundamentos econômicos sólidos e dispõe de instrumentos para lidar com turbulências na economia internacional, informou há pouco o Ministério da Fazenda. Em nota sobre a saída da Grã Bretanha da União Europeia, a pasta destacou que o país está preparado para instabilidades na economia global.
Segundo o ministério, o Brasil tem expressivo volume de reservas internacionais e o ingresso de investimento direto estrangeiro tem sido suficiente para financiar o déficit nas contas externas. Esses dois fatores ajudam a conter pressões para a elevação da cotação do dólar.
O comunicado destacou que as condições de financiamento da dívida pública brasileira permanecem sólidas apesar da volatilidade nos mercados financeiros. Isso porque o Tesouro Nacional tem amplo colchão de liquidez (reserva de recursos para pagar os vencimentos da dívida pública) e porque, diferentemente de muitos países, a dívida pública brasileira é composta majoritariamente de títulos públicos em reais, não em dólares ou em euros.
A Fazenda informou que recentemente o governo anunciou medidas para conter o crescimento dos gastos públicos no longo prazo. “A recente melhora nos indicadores de confiança e na percepção de risco do país reflete essas ações”, destacou a nota.
O comunicado tem tom semelhante ao da nota emitida pelo Banco Central (BC) mais cedo. No texto, a autoridade monetária destacou que está monitorando continuamente as condições econômicas no Brasil e no exterior e que adotará as medidas adequadas para manter o funcionamento normal do câmbio e do mercado de ações.
O BC também destacou que o Brasil tem instrumentos para enfrentar momentos de turbulência internacional. “A economia brasileira tem fundamentos robustos para enfrentar movimentos decorrentes desse processo, especialmente, relevante montante de reservas internacionais, o regime de câmbio flutuante e um sistema financeiro sólido, com baixa exposição internacional”, ressaltou a nota.
Mercado financeiro
No mercado brasileiro, o dólar comercial estava cotado a R$ 3,381, por volta das 14h40, com alta de 1,09%. A valorização da moeda norte-americana desacelerou nas últimas horas. Mais cedo, às 9h20, a divisa abriu a R$ 3,436. O euro opera com queda de 0,83%, vendido a R$ 3,783. A libra esterlina é vendida a R$ 4,654, com recuo de 7,06%.
Na bolsa de valores, o índice Ibovespa tem queda de 2,74%, aos 50.146 pontos. Todas as ações do índice operam em baixa. Ontem (23), o indicador tinha subido 2,8%, a maior alta diária desde o início de maio, e tinha encerrado em 51.560 pontos.