O governador Geraldo Alckmin acompanhou ontem, 23, em São José do Rio Preto, o início dos testes em humanos da primeira vacina brasileira contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo.
“Hoje é um dia histórico. Não temos no mundo uma vacina com o grau de proteção elevado contra os quatro tipos de vírus da dengue. O Instituto Butantan, orgulho do Estado de São Paulo, maior instituto soroterápico da América Latina, foi quem desenvolveu essa vacina. Já fez o teste pré-clínico, fez a fase um, de segurança e efeitos colaterais, fez a fase dois, quanto à eficácia, e agora estamos na última fase. Serão 17 mil pessoas voluntárias que receberão a vacina no Brasil inteiro”, comentou Alckmin.
Cerca de 1,2 mil rio-pretenses devem participar do estudo, que integra a terceira e última etapa antes da aprovação da vacina para produção em larga escala pelo Butantan e disponibilização para campanhas de imunização em massa na rede pública de saúde em todo o Brasil.
Em Rio Preto os ensaios clínicos serão conduzidos pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde do município.
São convidadas a participar do estudo pessoas saudáveis, que já tiveram ou não dengue em algum momento da vida e que se enquadrem em três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. Os participantes do estudo são acompanhados pela equipe médica por um período de cinco anos para verificar a duração da proteção oferecida pela vacina.
A vacina do Butantan, desenvolvida em parceria com o National Institutes of Health (EUA), tem potencial para proteger contra os quatro vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam a comprovar a eficácia da vacina.