Podemos dizer que, desde que o mundo é mundo, o ser humano tem fascínio pelas pessoas mais capazes, por aquelas que, em alguma área do saber, têm mais facilidade e potencial que as demais. Assim, o livro Domínios de Capacidade Humana pela Ótica do Cinema dialoga com o leitor, traçando características de capacidade acima da média e se valendo do encanto que a “a sétima arte” nos proporciona.

A enorme tela do cinema, com seus sons, cores, paisagens, cenas, palavras, músicas, vidas… será o dispositivo utilizado para apresentar aos leitores por que personagens reais, como Mark Zuckerberg, Einstein, Eddington, Bem Carson, Homer Hickam, Bobby Fischer, Joshua Waitzkin, Chaplin, Gandhi, Teresa de Calcutta, entre outros, são considerados possuidores de capacidade acima da média.
Se você ficou curioso e, por algum motivo, não conhece todos esses personagens, o que eles fizeram que mudou a sua própria vida ou a vida de terceiros, o livro Domínios de Capacidade Humana pela Ótica do Cinema, certamente, será um bom início nessa jornada. A opção por somente trabalhar com filmes baseados em fatos reais foi uma estratégia usada para que o leitor possa perceber que estamos falando de pessoas verdadeiras, existentes em nosso meio, mas que, por vezes, não são devidamente estimuladas, incentivadas.
Além disso, tem-se a facilidade de aprofundar-se na história de cada personagem, empregando-se materiais disponíveis na mídia e em biografias. O livro evidenciará a persistência e a coragem de cometer erros de seus personagens, bem como o encontro deles com pessoas e fatos que mudaram a sua história, a sua trajetória de vida.
Será possível equacionar que Talento, quando encontra Oportunidade, culmina em Sucesso (T + O = S). E, sim, se sucesso é subjetivo, o que foi sucesso para cada um dos personagens focalizados? Você poderá tirar suas próprias conclusões.
Estamos diante de textos que irão nos apresentar aspectos de inteligência geral, criatividade, liderança, inteligência interpessoal e intrapessoal, exemplificados pela história do criador do Facebook, do “gênio” da relatividade do tempo, de importante neurocirurgião, de engenheiro da NASA, do melhor xadrezista do século XX, de ator, roteirista e diretor de cinema, escritor e músico, de Prêmio Nobel da Paz, entre outros, demonstrando que capacidade elevada existiu, existe e existirá, em diferentes níveis e em diferentes domínios de capacidade humana.
Mas não se iluda, caro leitor, que irá encontrar apenas altas capacidades, pois, ao contrário do que muitos ainda acreditam, esses personagens, a despeito de seus talentos, de suas capacidades elevadas, em algum campo do saber, têm dificuldades em outros. Domínios de Capacidade Humana pela Ótica do Cinema, por ser o primeiro a utilizar o cinema como ferramenta metodológica, abre um novo caminho de entendimento de um assunto pulsante, no contexto brasileiro – as altas habilidades ou superdotação.
Em meio a um cenário histórico em que a mídia tem o poder de enaltecer ou desestimar um indivíduo, o cinema facilita a compreensão das altas habilidades, à medida que marca, nas pessoas, por meio dos fatos, cenas e suas histórias, os traços de capacidade elevada.
A cada vez que a pessoa assiste a um filme, ela pode se deparar com um traço que não havia percebido, lembrar-se de uma pessoa, refletir por que certa característica se relaciona a uma determinada capacidade elevada etc. Dessa forma, esperamos que você, leitor, goste da proposta do livro, que possa se apropriar de seus conceitos e definições e que consiga perceber essas pessoas por onde estiver. Uma ótima leitura!

*Professora da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Assis, é organizadora do livro ‘Domínios de capacidade humana pela ótica do Cinema (Juruá Editora).