Franceses prestaram uma homenagem nesta segunda-feira (18) às mais de 80 vítimas do massacre ocorrido em Nice, na semana passada, e fizeram um minuto de silêncio diante do Monument du Centenaire, próximo à avenida Promenade des Anglais, palco do ataque.

Líderes franceses, prefeitos e representantes diplomáticos, como a cônsul italiana Serena Lippi, compareceram à cerimônia.

O primeiro-ministro da França, Manuel Valls também foi ao evento, mas recebeu vaias do público ao chegar ao local e gritos para que ele “trocasse de emprego”. Ontem (17) ele disse que o ataque não era evitável e que não existe “chance zero para o terrorismo”.

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Na noite da última quinta-feira (14), no feriado em que se comemora à queda da Bastilha, Mohamed L. Bouhlel, de 31 anos, atropelou uma multidão que se reunia para assistir à tradicional queima de fogos na orla de Nice. Ele dirigiu um caminhão por cerca de dois quilômetros a uma velocidade de 80 km/h. Mais de 80 pessoas morreram e 200 ficaram feridas, sendo 54 crianças e 50 em estado gravíssimo.

A França, que já foi alvo de um atentado em novembro cometido pelo grupo extremista Estado Islâmico que deixou 130 mortos, investiga se o massacre em Nice tem ligações com terrorismo. Um tio do autor do ataque disse à agência Associated Press que Bouhlel se “radicalizou” há cerca de “duas semanas”, através de um recrutador argelino membro do Estado Islâmico em Nice. Mas as autoridades francesas não confirmaram a informação.

O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, ressaltou que, “até o momento, não foram comprovadas ligações com redes terroristas”. “Não podemos excluir que ele era um indivíduo desequilibrado e muito violento. E me parece que sua psicologia mostra estes traços de caráter. [É preciso confirmar] Se foi apenas um momento de surto ou uma radicalização rápida”, comentou Cazeneuve.

Apesar disso, Valls e o presidente François Hollande vêm dizendo, desde a semana passada, que o massacre em Nice tem padrões de ataque terrorismo.

Hollande também ordenou aumentar o combate ao Estado Islâmico. De acordo com o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, foram realizados novos ataques nesta madrugada contra posições do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

Também hoje, a secretária de Estado Juliette Meadel garantiu à Ansa que, a partir da semana que vem, serão concedidas as primeiras indenizações às vítimas do ataque.