Este salmo, entre outros, nos mostra alguém como nós, vivendo no seu tempo, clamando e lamentando-se a Deus em meio aos infortúnios da vida. Percebemos que o fato de servirmos a Deus não nos isenta dos problemas, mas com ele à frente podemos descansar sabendo que a vitória é certa! Logo no primeiro versículo vemos o salmista clamando ao Senhor. Ele declara a sua dependência de Deus e não se aventura em resolver os problemas por sua própria força. Ele reconhece o altíssimo como sua rocha. Naqueles tempos as rochas eram usadas como barreiras de proteção em meio às batalhas. Davi reconhece que sem o cuidado protetor de Deus ele está exposto aos inimigos.

O autor deste salmo estava cercado de opositores, hipócritas, que agiam de maneira pacífica pela frente, mas dentro de seus corações planejavam o mal contra ele. Quem de nós já não viveu esta experiência? É muito triste! Decepcionante! Qual seria a nossa atitude para com esse tipo de pessoas? No versículo quatro vemos o salmista entregando os seus inimigos nas mãos do Senhor. Ele pede: “paga-lhes segundo as suas obras”. Não vale a pena consolar-se com desejos de vingança. Em Romanos 12.19 está escrito: “Amados, jamais procurai vingar-vos a vós mesmos, mas entregai a ira a Deus, pois está escrito: ‘Minha é a vingança! Eu retribuirei’, declarou o Senhor”.
Muito interessante é a declaração do salmista nos versos seis e sete quando ele diz “Louvado seja Deus, o SENHOR, pois Ele ouviu o meu grito pedindo ajuda. O SENHOR é a minha força e o meu escudo; com todo o coração eu confio nele. O SENHOR me ajuda; por isso, o meu coração está feliz, e eu canto hinos em seu louvor”. Quantas vezes você já orou assim, confiando que o Senhor está te ouvindo e agindo em teu favor? Em meio aos problemas, quando estava “no olho do furacão”, Davi jamais duvidou do amor, do cuidado, do poder e da ação de Deus em sua vida. Ele confiava no Senhor e clamava com fé. Este é o segredo da oração eficaz!
Depois de clamar e expor a sua angústia, depois de apresentar os seus problemas diante do trono do altíssimo crendo que no tempo certo ele agiria, termina o Salmo com mais declarações de fé em forma de louvores. Davi afirma que Deus é a força do seu povo, ou seja, aqui ele inclui toda a nação. Aprendemos que devemos clamar a Deus por nós, mas sem nos esquecermos do nosso país imerso num mar de lama e corrupção. Reclamamos muito e clamamos pouco. E quando clamamos muitas vezes somos egoístas atentando somente para os nossos problemas sem nos sensibilizarmos com os que sofrem. No verso nove ele pede a Deus a salvação para o seu povo apresentando-o como ovelhas a serem apascentadas pelo supremo Pastor! Vivenciando estas preciosas lições seremos também vitoriosos!

*Pastor e missionário presbiteriano.